A tireoide é uma glândula situada na base do pescoço, tem cerca de 5 cm de diâmetro e pesa aproximadamente 15 g. Em geral, ela é representada como uma borboleta porque possui duas metades (lobos) que são interligadas por uma parte central (istmo). Apesar disso, a palavra tireoide deriva do grego thyreos, cujo significado é escudo.

Responsável pelo normal funcionamento das funções vitais, como a frequência dos batimentos cardíacos e da respiração, entre outros, a glândula é imperceptível e somente pode ser palpável quando há aumento do seu tamanho.

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Além disso, ela é encarregada da produção de hormônios tireoidianos, e algum desequilíbrio nesse mecanismo pode levar ao hipertireoidismo ou ao hipotireoidismo. Essas enfermidades podem acometer homens, mulheres e crianças (1% da população em geral), e é mais frequente entre as pessoas do sexo feminino, principalmente durante a menopausa e no pós-parto; já a segunda doença, é mais prevalente entre as mulheres: 10% delas podem apresentar o problema na idade adulta, embora tal manifestação possa ocorrer em qualquer fase da vida.

Entenda as funções da tireoide

O objetivo dessa glândula é produzir hormônios tireoidianos, que são responsáveis pelo controle do funcionamento normal do organismo, ou seja, do metabolismo. Essa produção depende da presença de um específico elemento químico: o iodo.

A tireoide secreta a tiroxina (T4), em resposta ao Hormônio Estimulante da Tireioide, o TSH — originário da glândula pituitária. Por meio de determinadas enzimas, o T4 se converte em triiodotironina (T3), uma forma hormonal mais ativa.

Juntos, esses hormônios influenciam as funções vitais, como a frequência dos batimentos cardíacos, a respiração, o consumo de calorias, o crescimento, a manutenção da pele, do cabelo e da temperatura, entre outros.

Entenda a diferença entre hipertireoidismo e hipotireoidismo

A anormal atividade da tireoide pode levar ao aumento (hipertireoidismo) ou à redução (hipotireoidismo) da produção hormonal. Confira:

Hipertireoidismo: caracteriza-se pela hiperatividade da tireoide. Esse desequilíbrio eleva a concentração dos hormônios e aumenta a velocidade do metabolismo orgânico;

Hipotireoidismo: a glândula tem sua atividade reduzida, provocando uma produção hormonal insuficiente. A consequência é a redução de velocidade do metabolismo.

Por que isso acontece?

Em mais de 70% dos casos de hipertireoidismo, a causa é a doença de Graves. Trata-se de uma enfermidade autoimune (o organismo volta-se contra si mesmo) que promove a hiperatividade da tireoide.

Uma particularidade da doença de Graves é que é comum existirem outros casos na família do paciente. Por isso, é importante conhecer o histórico de saúde da sua família.

Conheça as outras possíveis causas:

– Tireoidite viral – inflamação da tireoide causada por vírus
– Adenoma – nódulos que produzem hormônios
– Uso de suplementos – como a Solução de Lugol

Já a causa mais frequente do hipotireoidismo é outra doença autoimune, a tireoidite de Hashimoto —que leva à destruição natural da glândula. Nas regiões em via de desenvolvimento, a origem é a deficiência de iodo.

O quadro também pode aparecer como consequência das seguintes situações:

– Remoção total ou parcial da tireoide
– Uso de determinados medicamentos
– Pós-tratamento do hipertireoidismo
– Hipotireoidismo congênito (o teste é feito ainda na maternidade –é o do pezinho)
– Problema na glândula pituitária
– Puerpério (pós-parto) e infecção viral (temporariamente)

Quem precisa ficar mais atento

As duas enfermidades podem acometer homens, mulheres e crianças em qualquer idade.

Contudo, o hipertireoidismo é mais frequente entre as mulheres durante o período da menopausa e no puerpério. Quanto ao hipotireoidismo, ele afeta, majoritariamente, os adultos maduros —em especial as mulheres.

A explicação para que o gênero feminino seja mais acometido por essas doenças da tireoide é que tal grupo é mais suscetível às enfermidades autoimunes, justamente as causas mais comuns do hipertireoidismo e do hipotireoidismo.

Saiba reconhecer os sintomas do hipertireoidismo

Muitas vezes essa enfermidade pode se manifestar lentamente, e a aceleração do metabolismo pode ser identificada apenas como uma maior disposição que levará ao cansaço, dado o elevado gasto energético.

Por outro lado, seus sintomas podem aparecer de forma muito rápida, manifestando-se como uma aceleração de todas as funções do organismo. Nesse contexto, a perda de peso não intencional se destaca, principalmente porque a dieta continua sendo a mesma. Além disso, pode-se também notar:

– Palpitação
– Irritabilidade
– Ansiedade
– Mudanças de humor
– Sede constante
– Tremor
– Cansaço
– Queda de cabelo
– Diarreia
– Modificação no movimento intestinal
– Fraqueza muscular (parte superior dos braços e coxas)
– Intolerância ao calor
– Falta de ar
– Transpiração intensa
– Coceira
– Falta de interesse nas atividades sexuais

Saiba identificar os sintomas do hipotireoidismo

Os sinais de que o metabolismo está mais lento variam de pessoa a pessoa, e ainda se confundem
com os de outras doenças.

Por vezes as manifestações não são intensas, mas o inchaço, a intolerância ao frio, a redução do volume do suor e modificações na pele podem estar presentes. Veja, a seguir, outros possíveis sintomas:

– Pele seca
– Mudança na voz
– Queda de cabelo
– Unha fraca
– Cansaço
– Constipação
– Cãibra
– Problemas de sono
– Mudanças no ciclo menstrual
– Aumento de peso
– Depressão
– Ansiedade
– Declínio da memória
– Dor articular