Primeira parte da história dos Jogos Olímpicos, cuja 31ª edição será realizada no Rio de Janeiro de 5 a 21 de agosto.

=== Atenas 1896 a Helsinque 1952 ====

Criados em 1896 por iniciativa do barão francês Pierre de Coubertin,  os Jogos Olímpicos modernos foram herdeiros dos realizados na Grécia  antiga, e que deixaram de existir no ano 392.

– 1896: ATENAS (6 a 15 de abril)

A Grécia, berço do movimento olímpico, foi obviamente o organizador  da primeira edição. Quatorze países e 245 atletas inscritos, 9 esportes e  43 provas no programa. Os americanos dominaram no atletismo, mas a  estrela maior foi um pastor grego, Spiridon Louis, que venceu a maratona  realizada no mesmo percurso em 490 a.C. pelo mítico soldado Filípides  durante a Batalha de Maratona.

– 1900: PARIS (14 de maio a 28 de outubro)

Superados pela grandiloquência da Exposição Universal, disputados ao  longo de cinco meses, esses Jogos desorganizados, em uma Paris da ‘Belle  Epoque’ indiferente, foram uma bofetada para Coubertin, que, além  disso, teve de aceitar a participação de atletas mulheres.

– 1904: SAINT LOUIS, Estados Unidos (1º de julho a 23 de novembro)

A cidade de Saint Louis ficava longe de tudo e a participação foi  fraca (12 países e 689 esportistas, dos quais apenas 64 não eram  americanos). Em um estado do sul onde ainda reinava a segregação racial,  os confrontos entre negros e brancos ficaram proibidos. Houve domínio  absoluto dos Estados Unidos: 244 medalhas em um total de 289.

– 1908: LONDRES (27 de abril a 31 de outubro)

A principal recordação desses Jogos foi o calvário do maratonista  italiano Dorando Pietri, que cruzou a meta quase inconsciente, segurado  pelos juízes, que depois o desclassificaram por ter permitido que o  ajudassem. Uma novidade: os competidores desfilaram precedidos por sua  bandeira nacional.

– 1912: ESTOCOLMO (5 de maio a 27 de julio)

Os cinco continentes (28 países) estavam representados. O boxe,  proibido na Suécia, ficou de fora do programa. O herói dos Jogos foi o  indígena americano Jim Thorpe, que também tinha sangue irlandês, e que  venceu o decatlo e o pentatlo. Um ano mais tarde, seria suspenso por ter  ganhado 25 dólares jogando beisebol profissional.

– 1916

Sem trégua olímpica, a Primeira Guerra Mundial impediu a organização dos Jogos.

– 1920: ANTUÉRPIA, Bélgica (20 de abril a 12 de setembro)

Jogos que precisaram ser austeros em função da penúria deixada por  uma guerra cruel. Nem a Alemanha, nem seus aliados foram convidados.  Pela primeira vez, foram usadas pombas como símbolo da paz. Introdução  da bandeira e do juramento olímpicos. Revelação de um excepcional  corredor finlandês, Paavo Nurmi: três medalhas de ouro, nos 10.000  metros e no cross-country, individual e por equipes.

– 1924: PARIS (4 de maio a 27 de julho)

Um ano antes de deixar a presidência do Comitê Olímpico Internacional  (COI), Coubertin teve a satisfação de ver os Jogos novamente em sua  França. Participação recorde (44 países) e marcas de alto nível. Foi  lançado o lema “Citius, altius, fortius”. Destacou o futuro Tarzan do  cinema, o nadador americano Johnny Weismuller (3 medalhas de ouro: 100 e  400 m libres, revezamento 4×200 m) e novamente Nurmi (5 ouros: 1500 m,  5000 m, cross-country individual e por equipes, 3000 m por equipes).

– 1928: AMSTERDÃ (17 de maio a 12 de agosto)

Retorno da Alemanha. A chama olímpica é acesa pela primeira vez. Os  americanos desembarcaram com cerca de mil caixas de Coca-Cola. As  mulheres estrearam no atletismo. Nurmi aumentou seu currículo de  medalhas (ouro em 10.000 m), assim como Weismuller (100 m livres e 4×200  m).

– 1932: LOS ANGELES (30 de julho a 14 de agosto)

Devido à depressão econômica e à distância da cidade americana, a  participação foi a menor desde 1908 (1.333 esportistas). A duração dos  Jogos, que se manteve sem mudanças, foi reduzida a 15 dias. Primeira  aparição da ‘photo-finish’, dos pódios para os três primeiros lugares e  dos hinos nacionais para os ganhadores de medalha. Foi estabelecido um  limite de três participantes por país e por disciplina. Nurmi, acusado  de atuar professionalmente e desclassificado, foi proibido de participar  na véspera da abertura.

– 1936: BERLIM (1º a 16 de agosto)

Jogos a serviço da propaganda nazista, impulsionados por Hitler para  demonstrar a superioridade da raça ariana. Jesse Owens, atleta negro  americano, deu um tapa de luva de pelica no Fuehrer ao protagonizar um  dos melhores momentos da histórica olímpica com a conquista  de quatro  medalhas de ouro (100 m, 200 m, 4×100 m e salto em distância). Foi a  primeira vez que se acendeu a tocha em Olímpia e que os Jogos foram  televisionados, localmente.

– 1940 e 1944

Os Jogos foram cancelados por causa da Segunda Guerra Mundial.

– 1948: LONDRES (28 de julho a 4 de agosto)

Alemanha e Japão não foram convidados. Os países comunistas, com  exceção da URSS, que ainda não havia se afiliado ao COI, participam pela  primeira vez. No domingo, não houve competições e a televisão britânica  BBC pagou 3.000 dólares pelos direitos de transmissão.

Pela primeira vez, a estrela dos Jogos foi uma mulher: a atleta  holandesa Fanny Blankers-Koen, que ganhou quatro medalhas de ouro  individuais (100 m, 200 m, 4×100 m e 80 m com barreiras).

– 1952: HELSINQUE (19 de julho a 3 de agosto)

O calor nas boas-vindas aos atletas atenuou os efeitos da Guerra  Fria. Os soviéticos estrearam nos Jogos e começaram um combate de  gigantes com os americanos que duraria 40 anos. Mas a estrela veio da  Tchecoslováquia: Emile Zatopek, que ganhou nos 5000 m, 1000 m e a  maratona.

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