Por Toby Sterling e Stephanie van den Berg

AMSTERDÃ (Reuters) – As delegações dos Estados Unidos e da China devem participar de uma cúpula sobre o uso “responsável” de inteligência artificial (IA) nas forças armadas nesta semana na Holanda, a primeira desse tipo.

Embora não esteja claro se os 50 países participantes concordarão em endossar até mesmo uma fraca declaração de princípios redigida pela Holanda e a co-anfitriã Coreia do Sul, a conferência ocorre em um momento em que o interesse pela tecnologia de inteligência artificial de forma mais ampla está em alta graças ao lançamento do chatbot ChatGPT, da OpenAI, há dois meses.

Os organizadores não convidaram a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, que será um dos principais temas da cúpula, que acontece de 15 a 16 de fevereiro em Haia.

“Esta é uma ideia para a qual chegou a hora”, disse o ministro das Relações Exteriores da Holanda, Wopke Hoekstra, à imprensa antes do evento. “Estamos dando o primeiro passo para articular e trabalhar em direção ao que será o uso responsável da inteligência artificial nas forças armadas.”

Cerca de 2 mil pessoas, incluindo especialistas e acadêmicos, estão participando de uma conferência paralela à cúpula, com tópicos de discussão como drones assassinos e robôs de abate.

O Departamento de Defesa dos EUA discutirá onde vê potencial para cooperação internacional em uma apresentação na quinta-feira.

Um porta-voz da Embaixada da China na Holanda referiu-se a um documento no qual o país ressaltou a necessidade de evitar “erros de cálculo estratégicos” com a inteligência artificial e garantir que a tecnologia não aumente acidentalmente os riscos de um conflito.

“Estamos entrando em um campo que não conhecemos, para o qual não temos diretrizes, regras, estruturas ou acordos. Mas precisaremos deles mais cedo ou mais tarde”, disse Hoekstra.

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