A suíça Holcim e a francesa Lafarge confirmaram as especulações das últimas semanas. Nesta segunda-feira 7, as empresas anunciaram planos para fundir suas operações, criando uma megaempresa do setor de cimento com vendas combinadas de 32 bilhões de euros – quase R$ 100 bilhões.

De acordo com o comunicado conjunto das companhias, a expectativa é que a fusão seja concluída no primeiro semestre de 2015. A operação será feita por meio de troca de ações, tendo como base a proporção de uma ação da Holcim por uma ação da Lafarge. Segundo o comunicado, o negócio só será concluído se a Holcim passar a deter, pelo menos, dois terços do capital da Lafarge.

Caso seja concluído, a empresa resultante, chamada no documento de Lafarge Holcim, terá outros números impressionantes. Sua geração de caixa medida pelo ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é estimada em 6,5 bilhões de euros. O grupo atuará em 90 países.

Desconcentração

Para se antecipar às exigências das autoridades que regulamentam o mercado, a fim de evitar concentrações, a Lafarge Holcim prevê desinvestimentos (o jargão para venda de ativos e suspensão de expansões) de 10% a 15% do ebitda global.

Por outro lado, espera-se que o acordo gere ganhos de sinergia de 1,4 bilhão de euros nos três anos após a fusão, sendo que um terço do valor seria obtido já nos primeiros 12 meses. Essa economia viria das seguintes fontes: 1 bilhão de euros de melhores práticas, ganhos de escala e troca de práticas de inovação em produtos e serviços; 200 milhões de euros em custos financeiros; e outros 200 milhões de euros na otimização da estrutura de capital.

As duas empresas sustentam que o acordo deve ser aprovado sem conflitos. O comunicado afirma que o negócio conta com forte apoio dos dois conselhos de administração. Além disso, o poder deve ser dividido na cúpula da nova companhia, com o futuro conselho composto por sete representantes da Lafarge e sete representantes da Holcim. A presidência do novo conselho deve ser ocupada por Wolfgang Reitzle. Já a presidência executiva ficará com Bruno Lafont, atual CEO da Lafarge.