Ricardo Guerra, que assumiu a cadeira de CEO para o Brasil da Wellhub, tem opinião divergente de líderes de outras empresas como JPMorgan, Microsoft, Amazon ou Meta sobre o trabalho remoto. Guerra reafirma que a empresa, antiga Gympass, segue com o modelo de trabalho flexível e que “confia nos seus colaboradores”.

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Em 2023, a companhia anunciou a adoção permanente do trabalho flexível, permitindo aos funcionários adotar o trabalho remoto em tempo integral ou optar por um modelo híbrido. Atualmente a Wellhub tem mais de 1 mil funcionários em solo brasileiro e mais de 1.500 considerando toda a operação global.

“Na Wellhub acreditamos que cada colaborador está aqui para trabalhar e entregar o seu melhor, e por isso temos um modelo flexível de trabalho. As pessoas são responsáveis por entregar sua performance, e isso começa com a confiança, com a cultura que valoriza o bem-estar e a importância de cada pessoa para realizarmos nossa missão”, disse o executivo em entrevista à IstoÉ Dinheiro.

A decisão da Wellhub em adotar permanentemente o trabalho flexível se dá em meio aos anúncios de grandes empresas – como as listadas acima –  de retornarem totalmente ao trabalho presencial, os cinco dias da semana no escritório.

O caso mais recente e bastante emblemático foi o do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, que teceu severas críticas ao modelo de trabalho flexível em uma reunião interna com funcionários, conforme áudio obtido pela Barron’s.

“Simplesmente não funciona! Não funciona para a criatividade e retarda a tomada de decisões. E não me venha com essa m@#%a de que trabalhar em casa na sexta-feira funciona. Eu ligo para um monte de gente às sextas-feiras e não consigo falar com ninguém”, disse o executivo.

Dimon disse que os funcionários estavam “mandando mensagens de texto e não prestando atenção” em reuniões do Zoom.

Mais cedo neste ano o banco americano determinou o retorno ao regime de 5 dias presencial a partir de março.

“Agora é o momento certo para solidificar nossa abordagem de tempo integral no escritório. Acreditamos que essa é a melhor maneira de administrar a empresa”, disseram os executivos do JPMorgan, em memorando interno em janeiro.

Wellhub teve melhor janeiro da história

Com números recordes registrados recentemente, a plataforma de bem-estar corporativo bateu os 500 milhões de check-ins no início desse ano.

“Chegamos a 4 milhões de assinantes, com 500 mil agora em janeiro, sendo o melhor da nossa história”, diz Guerra.

“Tem muito mercado pare crescer, nos consideramos uma empresa jovem e que tem muito espaço para melhorarmos o bem-estar de cada pessoa dentro das empresas”, completa o CEO da Wellhub.

Atualmente a companhia marca presença em 11 países – incluindo EUA, Argentina, Chile, Alemanha e Itália – e mira crescer ainda mais no Brasil, mercado que ainda considera como um oceano azul.

O último valuation foi de US$ 2,4 bilhões, após uma rodada de investimentos Série F, em meados de agosto de 2023, quando a empresa captou US$ 85 milhões.

Guerra assumiu o comando da operação no Brasil no fim de janeiro, substituindo Priscila Siqueira, que ocupava a cadeira há quatro anos e deixou a empresa após uma decisão em comum acordo entre as partes. O CEO global segue sendo o co-fundador, Cesar Carvalho.

O novo CEO da Wellhub acumula nove anos dentro da companhia. Antes de assumir o cargo de liderança, atuou em mercados estratégicos da América Latina, Estados Unidos e Europa. Seu último cargo – que ocupava há cerca de dois anos – era de líder de estratégia global de engajamento do cliente e engajamento de bem-estar.