10/08/2022 - 4:40
As taxas de incidência da maioria dos tipos de câncer são mais altas em homens do que em mulheres, mas a explicação para isso ainda não está clara. Estudo publicado na última segunda, na revista científica Cancer, sugere que a razão seriam as diferenças biológicas entre os gêneros, e não questões comportamentais, como tabagismo, consumo de álcool e dieta.
A pesquisa foi liderada pela cientista americana Sarah S. Jackson, do Instituto Nacional do Câncer (National Cancer Institute) dos EUA, e, por meio de dados do estudo NIH-AARP Diet and Health, coletados de 1995 a 2011, foram avaliadas as diferenças no risco de 21 tipos de câncer entre 171.274 homens e 122.826 mulheres, de 50 a 71 anos.
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Segundo o site americano News Medical, durante esse período, foram detectados 17.951 novos tumores em homens e 8.742 em mulheres. Apenas para câncer de tireoide e vesícula biliar a incidência foi menor em homens do que em mulheres. Os riscos foram de 1,3 a 10,8 vezes maiores nos voluntários do nas voluntárias nos demais tumores.
As maiores taxas de incidência em homens foram observadas para câncer de esôfago (risco 10,8 vezes maior), laringe (3,5 vezes), cárdia (3,5 vezes) e câncer de bexiga (3,3 vezes).
O público masculino manteve o risco aumentado da maioria dos tumores, mesmo após os cientistas ajustarem fatores de risco comportamentais e de exposições a componentes cancerígenos. De fato, de acordo com o News Medical, as diferenças nos comportamentos de risco e exposições carcinogênicas entre os gêneros tiveram pouca influência na predominância dos tumores nos homens, variando de 11% para câncer de esôfago a 50% para o de pulmão.
Os resultados sugerem que as diferenças biológicas, como fisiológicas, imunológicas e genéticas, desempenham um papel importante na maior suscetibilidade ao câncer no público masculino.
“Incluir estrategicamente o gênero como uma variável biológica deve ser aplicada ao longo de todo o continuum do câncer, desde a previsão de risco e prevenção primária, rastreamento e prevenção secundária do câncer, até o tratamento e o gerenciamento do paciente”, afirmam os cientistas no estudo, citados pelo site americano.