A 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologou o plano de recuperação judicial solicitado pela Americanas, em processo que havia sido aprovado pela Assembleia Geral de Credores em dezembro do ano passado.

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A varejista solicitou o pedido de recuperação judicial no começo de 2023, logo após revelar um déficit contábil de mais de R$ 20 bilhões, em caso que ficou conhecido como um dos maiores escândalos corporativos já ocorridos no País.

“A Administração Judicial manifestou-se no id. 100548481, opinando pela homologação do Plano de Recuperação Judicial consolidado do Grupo Americanas, com as modulações das cláusulas 11.2 e 11.4, nos termos expostos, registrando, ainda, as considerações acerca da demonstração da regularidade fiscal das recuperandas, à luz da jurisprudência do STJ, notadamente as recentíssimas decisões da Corte Superior sobre a matéria”, confirma a decisão judicial em documento no qual a Istoé Dinheiro teve acesso.

A decisão é assinada pelo juiz titular da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, Paulo Assed Estefan. O processo ocorre na Justiça do Rio de Janeiro.

“A Americanas, de acordo com o Plano de Recuperação Judicial aprovado e homologado judicialmente, divulgará comunicados aos credores e ao mercado a respeito dos prazos a serem iniciados com a publicação da decisão judicial que homologou o PRJ”, comunicou a companhia, ressaltando que manterá seus acionistas e o mercado em geral informados sobre o desenvolvimento do plano.

A dívida da Americanas a ser reestruturada é estimada em R$ 50 bilhões.

Balanço da Americanas

Nesta segunda-feira, 26, a Americanas divulgou seu balanço referente aos primeiros nove meses de 2023. Entre janeiro e setembro do ano passado, a varejista registrou um prejuízo de R$ 4,6 bilhões. O dado representa uma queda de 23,5% em relação ao prejuízo líquido de R$ 6,02 bilhões nos nove primeiros meses de 2022.

O balanço da companhia foi divulgado de forma atrasada, já que as divulgações foram suspensas após o escândalo contábil. Em novembro do ano passado, a Americanas divulgou dados de 2022, contabilizando um prejuízo de R$ 12 bilhões ao longo daquele ano. Em 2021, após uma revisão de dados, a companhia reportou prejuízo de R$ 6 bilhões.