14/07/2017 - 18:51
O parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo, anunciou que vai reabrir no dia 5 de agosto com 72% de suas atrações em operação e número limitado de visitantes. Considerado um dos maiores do País, o parque estava fechado desde o dia 12 de maio em razão de uma crise financeira. Cerca de 200 funcionários e técnicos foram contratados para o reinício das atividades.
A reabertura foi anunciada pelo presidente Luiz David em comunicado divulgado na página oficial da empresa em rede social. “Pretendemos realizar o maior flash mob (dança sincronizada) do mundo e marcaremos a nossa história no livro dos recordes”, afirma, no texto.
Segundo ele, a limitação ao número de 5 mil visitantes por dia, controlada pelo agendamento no site, visa a reduzir o tempo nas filas. Em 2011, o parque chegou a receber 24 mil pessoas num só dia. Entre as atrações, estarão funcionando a montanha russa de madeira, as corredeiras do ‘rio bravo’ e a roda gigante. A torre de queda livre, onde aconteceu um acidente com morte, não volta a funcionar e será desativada.
O passaporte, ingresso que dá direito a todas as atrações, vai custar R$ 150 – quando o parque fechou estava em R$ 99. Haverá mudança nas catracas para que usuários possam ter acesso à praça de alimentação e setores culturais sem pagar ingresso.
“Aos poucos estamos resgatando nossa história e recuperando nossa economia, e contamos com vocês para superarmos este grande desafio”, afirmou David. A página anunciando o retorno teve 566 mil visualizações e já recebeu 18 mil comentários.
O Hopi Hari abriu a contratação de 208 funcionários para atendimento e limpeza e três técnicos em manutenção mecânica e elétrica. Nesta sexta-feira, 14, representantes do parque se reuniram com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Entretenimento e Casas de Diversões (Sindiversão) para tratar da reabertura. Apenas para a prefeitura de Vinhedo, o parque deve cerca de R$ 65 milhões, entre IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto Sobre Serviços). O município cobra a dívida na Justiça.
O prefeito Jaime Cruz (PSDB) visitou as instalações no último dia 7 a convite dos novos gestores. Segundo ele, a atual gestão assumiu o compromisso de recolher os impostos a partir de agosto, sem prejuízo da discussão judicial em torno dos débitos cobrados pela prefeitura. “Fiquei feliz de ver que estão trabalhando na recuperação do parque, por ser uma fonte geradora de mão de obra, num período em que há muitas pessoas desempregadas. A solução dos impostos devidos ao município fica mais fácil com o empreendimento funcionando.”
O jornal O Estado de S. Paulo revelou em 9 de maio que o parque de diversões mais famoso de São Paulo chegava aos 18 anos de existência atolado em dívidas, com a luz cortada, sem seguro e em vias de fechar as portas. Os quase 300 funcionários estavam há três meses sem receber. Dias após a publicação da reportagem o parque fechou. Em janeiro, três funcionários do Hopi Hari foram condenados pela morte de Gabriela Yukai Nychymura, de 14 anos, que caiu da cadeira do brinquedo queda livre em fevereiro de 2012. Há recursos pendentes.