09/07/2025 - 15:00
Apesar de o Ibovespa já ter quebrado recordes nesse ano de 2025, uma parte significativa do mercado ainda projeta que a bolsa de valores renove suas máximas ainda neste ano.
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Mesmo em cenários menos otimistas, as projeções são de que o Ibovespa fique próximo dos 140 mil pontos – que não destoa do recorde, de 141.263 pontos, registrado no dia 4 de julho.
O otimismo até então é balizado por uma forte injeção de capital estrangeiro. Até maio, foram R$ 21,5 bilhões aportados investidores estrangeiros, o maior fluxo líquido pro período em seis anos.
Isso ocorre em um cenário em que a bolsa brasileira é considerada ‘barata’ por esses investidores e por especialistas, dado que a média de preço sobre lucro do índice tem ficado entre 8 a 9 vezes, ao passo que a média histórica é próxima de 11 vezes.
Um estudo recente do Bank of America aponta que 4 a cada 10 gestores espera que o principal índice da bolsa de valores feche o ano pelo menos acima de 140 mil pontos.
Todavia, individualmente, algumas casas possuem projeções mais otimistas para o mercado de ações.
Abaixo, veja expectativas para a bolsa de valores e carteiras recomendadas de algumas casas.
BBA projeta Ibovespa a 155 mil pontos
Recentemente o Itaú BBA elevou sua previsão para o Ibovespa para 155 mil pontos no final de 2025, ante 145 mil pontos na projeção anterior.
A tese baseada em quatro pilares:
- Valuation
- Dinâmica de resultados
- Macro
- Técnico/posicionamento
Sobre o primeiro ponto, a casa destaca que o Brasil ‘está sendo negociado a 8,3 vezes o preço em relação ao lucro (P/L) e 5% de Earnings Yield Gap’, o que precificaria um cenário pessimista de 60-70%.
Em se tratando dos resultados, destaca que o lucro líquido do Ibovespa crescerá de baixa base, impulsionado por domésticos e commodities, mas com risco de revisões para baixo com juros ainda elevados e preços de commodities mais baixos.
Já olhando para o macro, o BBA pontua que não vê novas altas na Selic.
“Nós acreditamos que o cenário pode continuar favorável para ações, à medida que o mercado começa a precificar um ciclo de afrouxamento monetário, ao mesmo tempo em que monitora possíveis mudanças no ciclo macroeconômico”, diz o time de analistas do banco, chefiado por Daniel Gewehr.
O prognóstico do Itaú BBA representa um potencial de alta de cerca de 11% ante os patamares atuais do índice. Até então, o Ibovespa sobe cerca de 15% no ano de 2025.
A Lista de Compras de Brasil do Itaú BBA tem como “top picks” os papéis:
- Equatorial
- Sabesp
- BTG Pactual
- Direcional
- Rede D’Or
- Suzano
- Multiplan
- Bradesco GPS
- Prio
Nessa atualização da carteira a casa exclui ações de Caixa Seguridade, Petrobras, Santos Brasil (restrito) e Grupo Mateus.
Brasil ficou para trás, mas ainda está barato, diz XP
A visão da XP sobre o tema é que o Brasil tem ‘ficado para trás’ enquanto a economia americana se recupera, todavia a casa segue construtiva com a tese e reforça os preços atrativos do mercado.
Os analistas ainda destacam que ocorreu uma correção ‘relativa’ com as ações brasileiras ficando para trás no mês de junho.
“Após estar entre os mercados de melhor desempenho ao longo do ano, as ações brasileiras ficaram para trás em junho. Embora o Ibovespa tenha subido 6,5% em dólares, esse desempenho foi impulsionado pela valorização do real (+5,1%). Em moeda local, o índice teve um desempenho mais modesto, com alta de 1,3%. Enquanto isso, os mercados dos EUA renovaram suas máximas históricas em meio à continuidade da desescalada da guerra comercial.”
A estimativa da casa para o Ibovespa é de 150 mil pontos. A carteira recomendada de ações tem maior exposição à Copel:
- Copel (12,5%)
- Caixa Seguridade (5%)
- Eletrobras (10%)
- Grupo Mateus (5%)
- Iguatemi (5%)
- Itaú Unibanco (10%)
- Lojas Renner (10%)
- Motiva (7,5%)
- Petrobras (5%)
- Petrorio (5%)
- Santander (5%)
- Smart Fit (5%)
- Stone (5%)
- Suzano (5%)
- Vale (5%)
BTG vê bolsa de valores a 160 mil pontos
Em sua projeção mais recente o BTG Pactual destacou uma projeção do Ibovespa em 160 mil pontos, endossando um cenário mais otimistas para o mercado.
Na sua carteira de ações recomendadas, retirou os papéis do Mercado Livre e colocou Rede D’Or no lugar.
“Nossa única mudança este mês é a inclusão da Rede D’Or, substituindo o Mercado Livre. As ações tiveram um desempenho inferior recentemente, mas consideramos que a queda foi exagerada, uma vez que a maior parte da tese de crescimento a longo prazo da empresa permanece intacta. Vemos a RDOR bem-posicionada para apresentar um crescimento sustentável de 15% ao ano nos próximos anos, com base em uma combinação de crescimento orgânico e inorgânico, enquanto é negociada a 14x o P/L para 2026”, diz a casa.
- Itaú Unibanco
- Nubank
- Rede D’Or
- Equatorial
- Copel
- Prio
- Rumo
- Smartfit
- Cosan
- Cyrela
Santander vê ‘ações em nova fase’
Em seu parecer mais recente, o Santander também elevou sua projeção do Ibovespa para 160 mil pontos, de olho na incorporação de um custo de capital próprio menor, passando de 16,5% para 15,5%, reflexo da queda significativa nos rendimentos dos títulos do governo brasileiro.
A casa também assumiu uma taxa de crescimento de longo prazo de 5% e uma taxa de crescimento dos lucros do Ibovespa de 9% em 2025.
“Após uma primeira metade de ano positiva para o mercado brasileiro, impulsionada principalmente pela redução do custo de capital próprio e pela reclassificação de ativos de risco, acreditamos que as ações brasileiras podem estar entrando em uma nova fase no futuro próximo”, diz o Santander.
“Trata-se de um momento em que a seletividade tende a ser mais valorizada em detrimento de uma exposição setorial mais ampla. Diante de um cenário externo mais favorável, com destaque para um dólar mais fraco, o mercado provavelmente passará a valorizar cada vez mais os fundamentos específicos de cada companhia, em nossa visão”, completa.
- Cyrela (9%)
- Itaú Unibanco (11%)
- Lojas Renner (9%)
- Multiplan (9%)
- Petrobras (11%)
- Rede D’Or (8%)
- Sabesp (9%)
- Totvs (8%)
- Vale (11%)
- WEG (9%)
- XP (7%)
Conforme visto acima, a carteira de ações recomendadas do Ibovespa pela casa possui maior exposição à Petrobras, Vale e Itaú.