Em apenas quatro anos de atividades, a proptech Housi tem se transformado. Nasceu em 2019 com o conceito de casa por demanda e avançou para imóvel por assinatura. A startup não deixou de lado esses modelos, mas caminha para ser uma integradora de serviços que aplica tecnologia em prédios e se consolidar no mercado imobiliário com a ideia de smart living. Uma mudança de chave ao qual o CEO, Alexandre Lafer Frankel, está acostumado.

Empresa estava em duas cidades ao ser criada, em 2019, e hoje atua em 120 municípios

Ele foi um dos criadores da plataforma do famoso programa de perguntas e respostas Show do Milhão, do SBT, entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. Também fundou a incorporadora e desenvolvedora imobiliária Vitacon. E está à frente do projeto da Housi, que saiu de duas cidades quatro anos atrás e hoje está presente em 120 municípios, ao gerenciar 75 mil unidades de aproximadamente 500 edifícios.

Somente no primeiro trimestre deste ano o crescimento foi de três vezes em relação ao último trimestre do ano passado. O faturamento não é revelado, mas profissionais do mercado avaliam em R$ 100 milhões em 2022. A expectativa é triplicar ao final de 2023.

“A gente pluga serviços de grandes companhias aos prédios, para transformá-los em arquiteturas inteligentes. Somos um integrador de tecnologia”, disse Frankel.

Nas palavras do executivo, a Housi tem sido “a melhor amiga” das construtoras e incorporadoras. Isso porque a startup embarca seu software no empreendimento e coloca sua bandeira, agregando valor aos imóveis.

“A gente ajuda o incorporador a performar e vender muito melhor”, afirmou o CEO. Por meio do Housi AppSpace, a empresa oferece aos moradores desses edifícios benefícios exclusivos e serviços agregados como:
* lavanderia,
* academia,
* mercadinho,
* adega de vinhos,
* área pet,
* farmácia,
* aluguel de carros,

Entre outros.

Parcerias com grandes empresas ampliam oferta de serviços, como de lavanderia. Parte da receita fica com o condomínio e outra com a Housi

Os parceiros nesses serviços são companhias de grande porte, como DryClean USA, Magalu, Petz, Rappi, Tembici-Bike Itaú e Unilever.

Segundo Frankel, é uma equação em que todo mundo ganha. “É muito mais barato para a indústria, pois é um canal de vendas de serviços muito mais eficiente, com preços mais vantajosos e praticidade para o consumidor”, disse o executivo. “Com essa economia, uma parte das vendas vai para a Housi e outra para o condomínio.”

Por isso todos os envolvidos ganham. Essa linha de negócios já representa 50% da receita da Housi.

A outra metade ainda é do negócio de imóveis por assinatura. Mas ao fim de 2024 a oferta de serviços para os moradores deve representar entre 80% e 90% do faturamento. “É uma questão de maturação dos projetos. Mas estamos tracionados”, afirmou o CEO.

O mais novo em que a Housi está envolvida é o TRS Amaro, da Terrassa Construtora, em Balneário Camboriú (SC). São 78 apartamentos, cada um configurado com dois estúdios, com tamanhos variando entre 21m² a 49 m² de área privativa. A área total dos imóveis vai de 49m² a 89 m². Ainda há a perspectiva de introduzir mais um ou dois projetos da startup na cidade.

Além de novos empreendimentos que ainda serão lançados, a proptech tem trabalhado para atuar em prédios prontos e inaugurados há algum tempo.

Isso abre o leque de atuação. Uma das parcerias em andamento é com a Lello, administradora de condomínios, que tem 3,5 mil prédios sob gestão e integra o Housi AppSpace na base de empreendimentos captados. A ideia é apostar em uma sinergia de portfólio e na venda de serviços conjuntos.

Internacionalização

Com o avanço registrado em pouco tempo, a possibilidade de replicar esse modelo em outros países fica cada vez mais factível. “É escalável. Temos muitas provocações para isso acontecer”, disse Frankel.

Algumas incorporadoras parceiras da Housi que atuam por Europa, Estados Unidos e América Latina já iniciaram conversas para a internacionalização.

Há possibilidade concreta de lançar o primeiro empreendimento com bandeira Housi em Portugal, até o fim deste ano. “Apesar de ser um país bem menor, tem algumas características econômicas parecidas com as do Brasil”, afirmou o executivo.