26/05/2004 - 7:00
Será comum nos próximos dias ver executivos e empresários carregando um chaveirinho vermelho, do tamanho de uma noz, com um mostrador digital ao centro. Não se trata de controle remoto, brinquedo eletrônico nem acessório de moda. O chaveirinho do HSBC é o mais novo instrumento para proteger a conta bancária dos clientes das fraudes com senhas eletrônicas ? que, segundo dados da Febraban, já desfalcam as contas bancárias brasileiras em R$ 56 milhões por ano.
Normalmente, o truque das quadrilhas é usar vírus de computador. Enviados por e-mail ou disseminados quando a vítima abre páginas da internet (especialmente de pornografia), os vírus se acomodam na máquina. Depois, enviam aos golpistas (também por e-mail) retratos da tela na hora em que se digita a senha do banco. Com isso, a disputa entre as equipes de segurança eletrônica dos bancos e os hackers virou uma corrida sem fim. ?Estamos em contato constante com os fabricantes de antivírus para atualizar os sistemas sempre que aparece uma novidade?, afirma Valdir Milani, diretor do HSBC.
Resposta criativa. Com o chaveiro, o HSBC pretende inviabilizar o trabalho dos hackers. A princípio, o banco distribuirá o dispositivo a 5 mil executivos e donos de empresas. A lógica é simples: cada chaveiro alterna as senhas de 36 em 36 segundos. Se um hacker fotografar uma senha, não conseguirá usá-la no minuto seguinte.
Os computadores centrais do HSBC têm o registro de cada chaveirinho e da senha que ele apresentará nos próximos segundos. Portanto, o golpista só teria acesso aos números se roubasse o chaveiro. Ainda assim, teria de ter mais duas senhas, que completam o sistema de checagem tradicional. ?O brasileiro é, junto com o israelense, um dos povos mais criativos em fraudes. Nós também temos de ser originais no combate aos golpes?, diz Jacques Depocas, diretor de canais alternativos do HSBC.