03/08/2020 - 7:22
O HSBC Holdings registrou queda forte em seu lucro líquido no segundo trimestre deste ano, diante do impacto da pandemia, que complicou os esforços do banco para voltar a focar na Ásia, enquanto lida com as crescentes tensões políticas entre Estados Unidos e China. O lucro do banco recuou 96% na comparação anual, a US$ 192 milhões nos três meses até junho.
A companhia sediada em Londres separou US$ 3,83 bilhões em provisões para perdas em empréstimos durante o trimestre, quase sete vezes mais do que no mesmo período de 2020. O HSBC havia feito provisões de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre.
O HSBC afirmou que seu lucro líquido no primeiro semestre teve queda de 77% na comparação com igual período do ano passado, a US$ 1,98 bilhão.
A receita no primeiro semestre ficou em US$ 26,75 bilhões, de US$ 29,37 bilhões anteriormente, em parte por causa na redução das taxas de juros, informou ele nesta segunda-feira.
O HSBC menciona a pandemia e também as “tensões atuais” entre as duas potências, que “inevitavelmente criam situações desafiadoras” para a empresa. O comando do banco afirmou que pretende acelerar planos anunciados em fevereiro de cortar 15% da força de trabalho e reduzir linhas de negócios e relações com clientes nos EUA e na Europa, para renovar o foco sobre a Ásia. O HSBC foi fundado em Hong Kong e em Xangai nos anos 1860 e obtém a maior parte de seu lucro em Hong Kong e na China continental.
O banco se uniu a outros britânicos neste ano ao cancelar o pagamento de dividendos, a pedido do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), a fim de elevar seus colchões de capital diante do choque na pandemia.
O chefe do HSBC na Ásia assinou publicamente uma petição apoiando a lei de segurança em Pequim sobre Hong Kong.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou a postura do banco. Após apoiar a lei, no entanto, o HSBC foi alvo de críticas na China por seu envolvimento em um processo nos EUA contra a chinesa Huawei.