29/09/2021 - 23:01
Provavelmente os seres humanos podem viver até 130 anos, talvez mais, embora as chances de atingir essa idade avançada sejam cada vez menores, de acordo com um estudo publicado nesta quarta (29) no periódico científico Royal Society Open Science.
O limite da expectativa de vida humana tem sido muito debatido, com estudos recentes afirmando que poderíamos viver até 150 anos, ou argumentando que não há idade teórica máxima para as pessoas, revela o site americano de notícias científicas Science Alert.
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A nova pesquisa analisa dados de humanos supercentenários (pessoas com 110 anos ou mais) e de idosos com 105 anos ou mais.
Embora o risco de morte geralmente aumente ao longo da vida, a análise dos pesquisadores mostra que o risco eventualmente se estabiliza e permanece constante em aproximadamente 50%, segundo o site.
“Depois dos 110 anos, pode-se pensar em viver mais um ano quase como sendo o ato jogar uma a sorte numa moeda. Se der cara, você viverá até seu próximo aniversário e, do contrário, morrerá em algum momento no próximo ano”, afirma o pesquisador Anthony Davison, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, um dos autores do estudo, citado pelo Science Alert.
Com base nos dados disponíveis até agora, parece provável que os humanos possam viver até pelo menos 130 anos, mas os cientistas acreditam que “não há limite para a vida humana”.
O primeiro conjunto de dados que a equipe analisou provém do International Database on Longevity, que cobre mais de 1.100 supercentenários de 13 países. O segundo é da Itália e acompanhou cada pessoa que tinha pelo menos 105 anos entre janeiro de 2009 e dezembro de 2015.
“Pudemos mostrar que, se existe um limite máximo de 130 anos, já deveríamos ter sido capazes de detectá-lo usando os dados disponíveis”, comenta Davison ao site especializado.
Ainda assim, só porque os humanos podem teoricamente chegar a 130 ou mais, não significa que veremos isso tão cedo. Para começar, a análise é baseada em pessoas que já alcançaram a façanha relativamente rara de chegar acima de 100 anos.
E mesmo aos 110, as chances de chegar a 130 são “cerca de uma em um milhão, não sendo impossível, mas muito improvável”, de acordo com o cientista.
Ele acha que poderíamos ver pessoas chegando a 130 ainda neste século, à medida que mais indivíduos alcancem o status de supercentenários, aumentando as chances de um deles se tornar “um em um milhão”.
“Mas, na ausência de grandes avanços médicos e sociais, idades muito acima disso dificilmente serão vivenciadas”, acrescenta Anthony Davison ao Science Alert.
Por enquanto, a pessoa mais velha já conhecida na história é a francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997 com a idade confirmada de 122 anos. Ela entrou para o livro dos recordes Guinness Book.