29/04/2014 - 9:38
Ao anunciar a compra da Neo Química no fim de 2009 e da Mantecorp em 2010, o grupo Hypermarcas tinha uma estratégia bem definida para o setor farmacêutico: atingir a liderança nos principais segmentos de medicamentos. Desde então, a companhia tem aumentado sua participação de mercado, avançando sobre seus principais concorrentes. Neste primeiro trimestre, conquistou a vice-liderança da venda totais de medicamentos, atrás do grupo EMS, com sede em Hortolândia, de acordo com dados da consultoria especializada em saúde IMS Health.
Na segunda-feira, 28, durante teleconferência de divulgação de resultados, o presidente da companhia, Cláudio Bergamo, afirmou que o objetivo do grupo a partir de agora será “distanciar a empresa cada vez mais” da concorrência.
No primeiro trimestre deste ano, a Hypermarcas encerrou com receita líquida de R$ 1,059 bilhão, um crescimento de 10,5% sobre o mesmo período do ano passado. As vendas da divisão de consumo atingiram alta de 7,8% no período, para R$ 447 milhões. Já a área farmacêutica, que já responde por 58% dos negócios do grupo, teve aumento de 12,5%, encerrando o período com vendas de R$ 612 milhões. O lucro líquido da companhia no primeiro trimestre ficou em R$ 90 milhões, queda de 11,8% sobre os primeiros três meses do ano passado.
A divisão farmacêutica tem ganhado cada vez mais espaço nos negócios do grupo. Em 2013, a companhia encerrou com receita líquida de R$ 4,26 bilhões. A área farmacêutica respondeu por 54,7% do total das vendas, ante 53,6% em 2012.
De acordo com Bergamo, o atual nível de participação de mercado da companhia é recorde. Ele destacou que, segundo o critério de PPP (Pharmacy Purchase Price) do IMS Health, a empresa atingiu em março o primeiro lugar do ranking entre as maiores farmacêuticas do Brasil. Segundo ele, a divisão farma tem hoje uma fatia de 9,9% do mercado de medicamentos. A fábrica da Neo Química, analisada separadamente, foi a líder em participação de mercado em março em unidade.
Concorrência
Até 2011, o grupo francês Sanofi, dono da Medley, ocupava o ranking no topo das vendas totais de medicamentos em unidades vendidas. A EMS ultrapassou o grupo francês em 2013, e agora a Hypermarcas, de acordo com dados do IMS Health até março, atingiu a vice-liderança.
“A Sanofi está abrindo mão de market share (participação) para priorizar rentabilidade. Essa será a estratégia que as indústrias farmacêuticas estarão adotando para poder pagar as contas”, disse uma fonte do setor. Segundo a mesma fonte, as indústrias nacionais sempre priorizaram os altos descontos para avançar em participação.
Bergamo afirmou que a meta da companhia é registrar expansão acima do mercado tanto na divisão consumo como na divisão farma. No momento, destacou, a companhia tem conseguido ganhar fatia de mercado apenas na divisão de medicamentos.
De acordo com ele, a empresa está finalizando o processo de integração das operações de consumo em Goiás e isso permitirá que a companhia consiga concentrar esforços em marketing e inovação para crescer em ritmo mais acelerado.
Segundo Bergamo, o ambiente macroeconômico menos favorável tem levado os consumidores buscar produtos de preço mais baixo.
O executivo destacou que, no curto prazo, a divisão consumo pode sentir os efeitos de volatilidade que podem ser provocados pela Copa do Mundo. “É um efeito hoje totalmente imprevisível Não sabemos o que vai acontecer com a Copa, pode ser que fomente ou não o consumo”, declarou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.