Embora estejam nas origens do negócio da companhia de produtos de consumo, as duas unidades no primeiro trimestre de 2011 registraram juntas queda de receita de 27,5% ante o mesmo período do ano passado e representaram apenas 6,8% das receitas totais da companhia. “A empresa tem um portfólio de marcas muito grande. Concentrar as operações em menos segmentos vai permitir gerir melhor os produtos e facilitar o fortalecimento da empresa”, afirma Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding. 

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Uma possível venda das unidades geraria caixa para a companhia se expandir em áreas mais estratégicas e, segundo Troiano, facilitaria a identificação dos produtos junto a consumidores. Reforçando o plano de concentração, a Hypermarcas anunciou também um investimento total de R$ 250 milhões no Estado de Goiás, parte num centro de distribuição e parte na construção de um parque industrial e logístico para atender ao setor de medicamentos. 

 

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Quem vem lá

 

Kroton: faz nova prova na bolsa 

 

A Kroton Educacional deve passar por um novo teste de interesse dos investidores pelas suas ações. Pretende captar R$ 371,52 milhões com uma nova emissão de units, em uma oferta primária (18,5 milhões de units) e outra secundária (800 mil), ao preço de R$ 19,25 por unidade. Cada unit lançada equivale a uma ação ordinária e seis preferenciais. Dependendo da demanda, a empresa pode aumentar o total de recursos captados para até R$ 427,2 milhões utilizando o lote suplementar.  

 

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Fique de olho: A empresa usará a maior parte dos recursos em aquisições de instituições de ensino e uma parcela menor em crescimento orgânico. 

 

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Touro x Urso

 

O Ibovespa terminou a última semana do mês com alta de 2,27%. No Brasil, uma possível fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour impulsionou o mercado. No cenário externo, investidores gostaram da aprovação do pacote de austeridade na Grécia, que evitou um calote imediato na dívida do país. Ainda assim, junho teve queda de 3,4%. O mercado aguarda na próxima semana a divulgação do IPCA e do IGP-DI de junho. Nos Estados Unidos, o nível de emprego será divulgado. 

 

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Educação financeira

 

Didático sem ser superficial, Mercado Financeiro e de Capitais aborda os conceitos de finanças por meio da história das instituições financeiras. Roberto Kerr, professor universitário na área de finanças há 25 anos, utiliza histórias como a criação do Banco Central em 1964 e as mudanças do índice Bovespa nos últimos 15 anos para explicar a evolução do mercado financeiro no Brasil. (Ed. Pearson Education, 248 páginas, R$ 59)

 

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Destaque no pregão

 

PDG aprova remuneração

 

Após um período de incerteza pela rejeição dos acionistas em abril, a construtora PDG aprovou a remuneração de R$ 30 milhões para seus administradores. Na época, 60% dos acionistas, principalmente estrangeiros liderados por consultores, haviam rejeitado a proposta, em protesto à falta de divulgação dos salários dos executivos. A empresa afirma que o sigilo é mantido exclusivamente por segurança dos profissionais. As consultorias revisaram suas posições e modificaram a orientação. Finalmente, a companhia continua não revelando o salário de cada executivo, mas o valor total da remuneração foi aprovado com 98,25% dos votos.

 

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Palavra de analista

 

Armando Halfeld, analista de construção civil da corretora Ativa, acredita que a manutenção do sigilo em relação aos salários não deva causar um impacto negativo nos papéis da empresa. “Apesar de seguir uma tendência pela transparência, o mercado sempre operou sem essas informações e a decisão não deve abalar a relação da empresa com seus acionistas”, afirma. 

 

 

 

Mercado em números

 

JSL

 

R$ 1,1 bilhão - É quanto a companhia de logística JSL negociou em novos contratos nos cinco primeiros meses de 2011.  Do total, 88% foram acordos feitos com clientes antigos

 

 

BR Properties

 

R$ 600,2 milhões - Foi quanto o grupo imobiliário BR Properties captou numa oferta primária de ações. Cada um dos 35 milhões de papéis saiu por R$ 17,15.

 

 

Duratex

 

R$ 482 milhões - É quanto a Duratex irá investir na implantação de uma nova planta na cidade de Itapetininga (SP) para produzir madeira industrializada tipo MDF. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2012 e deve gerar mais de 300 empregos diretos. 

 

 

Aliansce

 

R$ 146 milhões – É quanto o grupo de shoppings centers Aliansce pagará por 50% do shopping Barra do Sol, em construção na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo. 

O empreendimento deve ser lançado no  quarto trimestre de 2012 e terá área bruta locável de 50 mil metros quadrados.

 

 

ALL

 

65 milhões - é a quantidade de ações ordinárias da empresa de logística ALL que pertencem agora à escocesa Baillie Gifford. A gestora de investimentos ampliou em 1 ponto percentual sua participação na empresa, para 9,46% do capital total. 

 

 

Pelo mundo

 

FEMSA e Tampico se unem

 

A engarrafadora Coca-Cola FEMSA chegou a um acordo para unir suas operações às da divisão de bebidas do Grupo Tampico. O negócio, avaliado em US$ 790 milhões, prevê que o grupo receba 63,5 milhões de novas ações da FEMSA, cerca de 4% do capital em circulação da companhia. 

 

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Lucro da Monsanto cresce 77%

 

A fornecedora de sementes Monsanto informou que seu lucro líquido no terceiro trimestre fiscal de 2011 subiu 77%, para US$ 680 milhões, enquanto as vendas aumentaram 21%, para US$ 3,5 bilhões. Com os resultados alcançados, a empresa aumentou suas projeções de lucro para seu ano fiscal, que termina em agosto, de US$ 2,80 por ação para US$ 2,88.

 

 

Nike fortalecida pelos emergentes

 

A Nike anunciou forte alta nos resultados com o impulso das vendas nos países emergentes. O lucro líquido cresceu 12%, para US$ 2,13 bilhões, no ano fiscal de 2011 utilizado pela companhia, que se encerra em maio. No dia do anúncio, as ações dispararam 10%.

 

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Personagem

 

Linha ocupada na Porto Seguro

 

A seguradora Porto Seguro, que se associou ao Itaú em 2009, está investindo em novas maneiras de garantir a fidelidade do cliente, e uma das armas é a oferta de serviços de telefonia celular. Segundo Marcelo Picanço, diretor financeiro da seguradora, é necessário inovar para enfrentar a concorrência. Ele conversou com a DINHEIRO:

 

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Marcelo Picanço, diretor financeiro: sem medo de cobrar mais caro

 

Por que lançar um serviço de telefonia celular?

O mercado segurador está mais sofisticado e a concorrência vem crescendo. Estamos bem posicionados para manter a liderança em seguros de automóveis e crescer no ramo de seguros residenciais e outros. Nossa estratégia é buscar inovação em um setor que nem sempre inova. Fomos uma das primeiras empresas a emitir cartões de crédito e somos pioneiros em lançar uma operadora de celular virtual. Não são apenas produtos novos, mas instrumentos para aumentar a fidelidade do cliente.

 

As operadoras de telefonia são líderes em reclamações dos consumidores. A Porto não teme que sua imagem seja comprometida?

Existe esse risco, mas nós estamos preparados. A área de telefonia tem muitos desafios, pois o uso é intenso e a probabilidade de haver problemas é elevada. Tivemos problemas quando lançamos o cartão de crédito, mas conseguimos superá-los. Os primeiros meses devem ser de ajuste.

 

A empresa investe na diferenciação. Isso quer dizer que vocês não vão brigar pela classe C?

Nossa proposta não é segmentada por classes e não atuamos pensando apenas no preço. No longo prazo, o atendimento de qualidade superior, ainda que mais caro, é mais lucrativo. Arcar com custos mais elevados aumenta a receita, eleva o grau de retenção de clientes e permite uma estratégia de preço diferenciada.

 

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Mesmo que o brasileiro esteja mais endividado e tenha de cortar gastos?

O mercado de seguros não é tão afetado como o mercado bancário, que sofre diretamente. A venda de automóveis novos deverá continuar crescendo, mesmo que em um ritmo mais lento. Mesmo assim, a maior parte da nossa carteira são apólices vendidas para automóveis que já circulam, e não para carros novos, por isso, essa mudança de cenário não nos afeta.

 

Quais as expectativas para 2011?

Não fazemos projeções, mas queremos manter um crescimento nas principais linhas de produto. Ainda precisaremos investir bastante na integração com o Itaú Unibanco. Não esperamos nenhum grande salto imediato, mas é um processo de médio e longo prazo. A progressão será suave.

 

com Caio Moretto e Lilian Sobral