18/03/2011 - 6:00
A agenda para 2011 será menos movimentada. Segundo o diretor-presidente, Claudio Bergamo, a meta agora é consolidar as marcas adquiridas. ?2011 será o ano da colheita?, disse ele ao apresentar os resutados. ?Vários investimentos realizados em 2010 vão começar a maturar agora.? A empresa vai relançar marcas ?adormecidas?, como Risqué, Bozzano, Monange e Biocolor. No ano passado, a Hypermarcas comemorou um crescimento de 61%, sem considerar as aquisições do período.
O resultado obtido superou as estimativas da própria companhia, que previa uma expansão de 50%. O lucro líquido avançou 17,7%, em linha com os prognósticos. Segundo Eugenio Foganholo, diretor-geral da consultoria de varejo Mixxer, a Hypermarcas vem sendo eficiente na implantação de sua estratégia de compras. ?No entanto, chega uma hora em que não é mais possível manter esse ritmo de aquisições, e parece que esse momento chegou para a Hypermarcas?, diz. Ele ressalta que absorver novas companhias é um desafio empresarial grande para qualquer companhia, mas a Hypermarcas deverá ter sucesso nisso.
Claudio Bergamo: relançamento de marcas “adormecidas”
Destaque no pregão
Shoppings da Multiplan vendem mais
A Multiplan anunciou ao mercado vendas de R$ 7,5 bilhões em seus shopping centers em 2010, aumento de 22,4% ante o ano de 2009. No quesito ?mesmas lojas?, ou seja, nos shoppings com pelo menos 12 meses de operação, as vendas subiram 12,4%. Em 2010, o lucro líquido da companhia avançou em 23%, para R$ 218 milhões. A geração de caixa medida pelo Ebitda cresceu 15%, para R$ 350 milhões. A empresa informou que o cenário econômico atual favoreceu o resultado e que cinco shopping centers e quatro empreendimentos comerciais ainda estão em desenvolvimento.
Palavra de analista
Os dados da Multiplan são positivos para os papéis da empresa pois vieram acima do consenso do mercado. ?Os números refletem o forte crescimento de vendas e de aluguéis, associando uma taxa de ocupação recorde e redução de despesas?, diz Luciana Leocádio, da Ativa Corre-tora, em relatório. Ela lembra que as perspectivas para a empresa continuam positivas em 2011, e que o foco será expansão, como mostra o número de empreendimentos em construção.
Veículos
Crescimento desacelera na Randon
A Randon, presidida por David Abramo Randon, divulgou na quarta-feira 16 projeções de crescimento para 2011. Os prognósticos ainda são de avanço, mas os números devem ser menos acelerados do que os de 2010. Os investimentos são o que mais deve crescer: dos R$ 190 milhões de 2010 eles deverão passar para R$ 270 milhões. A receita líquida deve passar dos atuais R$ 3,7 bilhões para R$ 3,9 bilhões em 2011, uma evolução bem menor que a do ano passado, quando o indicador subiu 50% em relação a 2009.
Maiores altas da semana
Maiores baixas da semana
As 10 mais negociadas do Ibovespa
Desempenho das empresas por setor de atividade econômica
Termômetro do mercado
Bolsa no mundo
Educação financeira
Baseado no texto da lei, nas decisões dos tribunais e nas normas regulamentadoras, Descomplicando o Código de Defesa do Consumidor apresenta os direitos de forma simples e acessível. Esta nova edição conta com 80 comentários atualizados do autor, o advogado Lúcio Wandeck. (Editora Best Seller, 238 páginas, R$ 14,90)
Quem vem lá
Aché está pronta para ir à bolsa
Desde 2007, a farmacêutica Aché já anunciava que estava tecnicamente preparada para a abertura de capital. Esperava apenas a melhoria da classificação do grau de investimento do Brasil ou uma grande aquisição para tomar a decisão. Em 2008, a agência Standard & Poor?s elevou a classificação brasileira. No ano passado, a Aché comprou 50% das ações da Melcon, mas perdeu a aquisição da Mantecorp para a única farmacêutica brasileira presente na bolsa, sua concorrente Hypermarcas. Chegou a hora de abrir o capital e ter as mesmas ferramentas da rival.
Fique de olho: a geração de caixa da Aché, medida pelo Ebitda, subiu de R$ 304 milhões em 2008 para R$ 404 milhões em 2009. O resultado de 2010 deve sair nas próximas semanas.
Touro x urso
Após uma semana de oscilações violentas devido ao terremoto seguido de um tsunami que devastou uma fatia do Japão, o Índice Bovespa encerrou a quinta-feira 17 praticamente inalterado em relação à quinta-feira anterior, animado com as cotações de Vale e de Petrobras. As duas líderes do mercado brasileiro recuperaram parte das perdas dos últimos dias com o avanço das commodities no mercado internacional. Nesta semana, as atenções vão continuar voltadas para a situação japonesa. Os efeitos negativos sobre a economia nipônica e sua repercussão sobre outros países vão pautar o mercado. Os principais indicadores da semana são as vendas de imóveis usados nos Estados Unidos, no dia 21, e o desempenho do PIB no quarto trimestre de 2010, no dia 25.
Personagem
A Rodobens busca o interior
Eduardo Gorayeb: de olho nos custos
A Rodobens Negócios Imobiliários lucrou R$ 71,6 milhões em 2010, uma alta de 158% na comparação com o ano anterior. Não foi a única alta, entretanto. A dívida líquida subiu 56%, na mesma base de comparação, avançando para R$ 690 milhões. A expansão do passivo deveu-se a uma reestruturação que ampliou a área de atuação da empresa e só foi concluída em fevereiro de 2011. O presidente Eduardo Goraybeb disse à DINHEIRO que o balanço de 2011 vai mostrar resultados muito diferentes:
Como o sr. avalia os resultados de 2010?
Nosso lucro de R$ 70 milhões ficou dentro da expectativa do mercado. O mais importante é que a empresa está numa curva de ascensão. Em 2011 vamos focar na geração de caixa, no corte de despesas e no retorno do capital. No final do ano, a Rodobens terá um balanço bem diferente no que se refere ao endividamento e ao caixa.
Como a empresa vai cortar custos?
Reduzindo o tempo de execução das obras de 12 para sete meses e melhorando processos. A execução dos moldes das casas pré-fabricadas caiu de cinco dias para um. Buscamos também outras soluções para a infraestrutura dos imóveis. A economia de tempo é importante porque, pelas novas normas internacionais, podemos contabilizar as receitas mais cedo. Mas o mais importante é que nosso processo de regionalização foi concluído.
Por que vocês regionalizaram?
O interior do país é um local onde poucas empresas conseguem atuar oferecendo imóveis por preços mais baixos. E é nesse segmento de mercado que somos competitivos, uma vez que nosso foco são os clientes de classe média baixa, que compram os nossos imóveis que custam entre R$ 70 mil e R$ 120 mil. Esse processo de migração para o interior aumentou os nossos custos, tivemos que contratar mais pessoas, mas agora ele está concluído e vamos nos concentrar nas vendas e na monetização do nosso estoque.
O que mais esperam para 2011?
Dezembro concentrou um grande número de lançamentos, o que nos possibilitará reconhecer mais receita ao longo de 2011. Será um ano bastante importante e esperamos crescimento, ainda que seja difícil ser muito melhor do que em 2010.
Como o sr. avalia a queda de 23,61% das ações em 2011?
As oscilações da bolsa muitas vezes não estão relacionadas aos fundamentos da empresa, mas ao movimento do mercado. Os papéis da Rodobens sofreram em 2010 e estão se recuperando, mas hoje, o preço ainda está abaixo do que entendemos ser seu valor real.
Pelo mundo
Groupon perto do IPO – O Groupon estaria negociando com bancos a abertura de seu capital por meio de uma oferta pública inicial (IPO) de cerca de US$ 25 bilhões. As fontes não identificadas pela Bloomberg garantem que o IPO não sairá por menos de US$ 15 bilhões ainda este ano.
A nova aposta de Buffett – A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, comprou a produtora de lubrificantes Lubrizol por US$ 135 por ação, totalizando US$ 9,7 milhões. Em nota, o bilionário investidor americano disse que a Lubrizol tem o perfil de empresa com a qual ele gosta de formar parcerias. ?É líder global em diversos segmentos do mercado, dirigida por um talentoso CEO, James Hambrick?, disse Buffett .
Neve e conflitos prejudicam a FedEx – A FedEx lucrou US$ 231 milhões no terceiro trimestre fiscal de 2010, valor 3% menor do que no mesmo período de 2010 devido às nevascas que aumentaram os custos de envio. A receita dos próximos meses será afetada pela alta no preço do petróleo, decorrente dos conflitos no Oriente Médio.
Com Caio Moretto, Juliana Schincariol e Lilian Sobral