Papéis avulsos

 

Depois de ficar entre as cinco maiores desvalorizações do Índice Bovespa em 2011, com queda de 62,1%, as ações ordinárias da Hypermarcas subiram 95,5% em 2012 e foram destaque de valorização entre os 68 papéis da carteira. Segundo analistas, o retorno é resultado da nova estratégia de negócios da empresa, que passou a se concentrar em produtos farmacêuticos e cosméticos. A mudança se refletiu no balanço da companhia, sob o comando de Cláudio Bergamo, com crescimento e geração de fluxo de caixa mais sustentável. 

 

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De acordo com Ricardo Zeno, diretor da AZ Investimentos, os segmentos voltados ao mercado doméstico, principalmente o consumo, foram bem favorecidos no ano passado por conta da taxa de juros mais baixa e dos incentivos do governo. “Esse movimento deve continuar ao longo de 2013”, afirma Zeno. “Os papéis da Hypermarcas devem seguir em alta, com desempenho acima do Ibovespa, que ainda sofre muita interferência do cenário internacional”, diz. Nos dois primeiros pregões do ano, as ações da companhia subiram 0,2%.

 

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Quem vem lá


Mudanças na Arteris 

 

A Arteris, antiga OHL Brasil, entrou com pedido na CVM para realizar uma Oferta Pública de Aquisição de suas ações ordinárias. A operação, que não visa cancelar o registro da empresa, decorre da troca do controlador, já que a Partícipes en Brasil vendeu sua participação para a Abertis e para a Brookfield Brazil Motorways Holdings. 

 

 

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Imóveis


MRV de novo na lista negra

 

Uma das filiais da MRV Engenharia, que atua em Curitiba, foi incluída no cadastro do Ministério do Trabalho de empregadores que tenham submetido funcionários a condições análogas às de escravo. A construtora afirmou que a inclusão resulta de uma fiscalização de 2011 e se refere a uma empresa que não presta mais serviços para a MRV. Em agosto passado, a MRV já havia tido dois projetos do interior de São Paulo incluídos na lista. Com a notícia, as ações da companhia caíram 1,1% em dois dias.

 

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Touro x Urso

 

Depois de atingir o maior patamar desde abril de 2012, nos primeiros pregões do ano, o Ibovespa vai operar de olho nos Estados Unidos, onde o acordo que evitou o chamado “abismo fiscal” ainda vai dar o que falar. O presidente Barack Obama enfrentará confrontos nos próximos meses sobre cortes de gastos e um aumento no limite de empréstimo do país. 

 

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Destaque no pregão


Petrobras começa o ano com todo gás 

 

A Petrobras começou o ano com boas notícias para os investidores. Em novembro, a produção chegou a 1,96 milhão de barris por dia, um aumento de 1,5%, ante outubro. Além disso, a empresa encontrou petróleo de ótima qualidade na Bacia de Santos e declarou viabilidade comercial em petróleo e gás no pós-sal, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. As notícias fizeram as ações PN subir 3,6 %, para 

R$ 20,40, na quinta-feira 3.

 

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Petroquímica

 

Braskem fecha a torneira em Camaçari

 

As ações da Braskem, presidida por Carlos Fadigas, subiram 6,4%, para R$ 13,64, na quarta-feira 2, após a empresa anunciar a venda, por R$ 652 milhões, de sua unidade de tratamento de água no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, para a Odebrecht Ambiental. A operação aconteceu por meio da venda das ações de emissão da Distribuidora de Águas Camaçari e a totalidade das ações detidas pela Braskem na Cetrel, empresa que administra o tratamento dos resíduos industriais do polo.

 

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Palavra de analista:

Karina Freitas, da corretora Concórdia, diz que os anúncios são positivos e reforçam o potencial exploratório no longo prazo. Porém, a empresa enfrenta desafios, como suprir a demanda por combustíveis no mercado interno. 

 

 

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Mercado em números


Duratex

R$ 58,1 milhões – Foi o preço pago pela empresa na compra da Thermosystem, fabricante de chuveiros eletrônicos e sistemas de aquecimento solar. Do valor total, a Duratex pagará metade em janeiro, 20% em fevereiro e o restante em parcelas anuais até 2016.

 

Brasil Foods

US$ 40 milhões - Foi quanto a empresa brasileira pagou aos acionistas minoritários por 30% da Avex, produtora de aves argentina. Em abril de 2012, a BRFoods havia comprado 70% da empresa.

 

Mills

R$ 20 milhões – É o montante que a construtora pagará em juros sobre capital próprio, o equivalente a R$ 0,15 por ação. A empresa levará em conta a posição acionária do dia 3 de janeiro e o pagamento acontecerá até o dia 14 de junho.

 

Lojas Americanas

R$ 11 milhões - É o valor que a varejista pagará sob a forma de juros sobre o capital próprio. A remuneração aos acionistas ocorrerá no dia 1° de abril.

 

CSU

R$ 7,5 milhões - Será o montante pago em juros sobre capital próprio. Ao todo, cada ação terá a remuneração de R$ 0,16. O pagamento ocorre em 7 de janeiro.

 

 

 

 

Pelo mundo


Avis Budget compra rival

 

A locadora de veículos americana Avis Budget comprou a concorrente Zipcar, por US$ 500 milhões. O objetivo é ter maior presença no mercado de locação. A Avis espera gerar sinergia entre US$ 50 milhões e US$ 70 milhões com a transação. Na quarta-feira 2, as ações subiram 0,41%.

 

 

 

 

ArcelorMittal vende unidade no Canadá

 

Com objetivo de reduzir o endividamento, a ArcelorMittal venderá 15% de uma unidade de minério de ferro no Canadá para um consórcio que inclui a sul-coreana Posco e a China Steel Corp, de Taiwan, por US$ 1,1 bilhão. As ações fecharam o pregão da quarta-feira 2 em queda de 0,11%, a US$ 17,82.

 

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Aviation Capital encomenda 60 aeronaves da Boeing

 

A empresa americana de leasing para o setor de aviação, Aviation Capital Group (ACG), encomendou 60 Boeing 737 MAX, por US$ 6 bilhões. Ao todo, a Boeing já vendeu 1.029 aeronaves do modelo, desde seu lançamento, há cerca de um ano. Na quarta-feira 2, as ações fecharam em queda de 0,19%, a US$ 77,23.

 

 

 

 

Personagem

 

A ambição da CETIP para 2013

 

Os rumos da Cetip podem mudar em 2013. Segundo o diretor-financeiro, André Milanez, a companhia ensaia criar uma nova clearing para negociação de renda fixa. Além disso, a compra da NYSE Euronext pela ICE, maior acionista da Cetip, colocou a empresa sob os holofotes, pois a parceria deve ser aproveitada pela NYSE, caso entre no Brasil para concorrer com a BM&FBovespa. 

 

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André Milanez, diretor-financeiro: ”Em 2012, o volume de emissões

de novas debêntures foi 50% superior ao de 2011″

 

A ICE acaba de comprar a NYSE. Algum representante falou com a Cetip? Eles podem abrir uma nova bolsa no Brasil?

Sim, mas apenas para nos comunicar sobre a operação, tal como fizeram com o mercado em geral. Sobre a chegada de uma nova bolsa, somente as empresas envolvidas podem comentar os detalhes relativos à operação.

 

A Cetip pode ser a “nova bolsa” de ativos e derivativos?

Trabalhamos em um projeto para atuar como uma contraparte central (CCP), fazendo a intermediação entre compradores e vendedores e liquidando as operações no final do dia (como faz a CBLC – a clearing do Brasil). Temos dois objetivos: o primeiro é permitir a oferta de um novo serviço, como o empréstimo de títulos de renda fixa. O segundo objetivo é atuar como contraparte central para as operações envolvendo derivativos de balcão “mais padronizados”.

 

Em 2012, foram emitidos mais de R$ 80 bilhões em dívidas. Com esse volume, é possível fomentar o mercado secundário?

O cenário de instabilidade financeira, inflação e juros altos barrava o potencial desse mercado. Com a evolução da economia, o mercado vem crescendo e, em 2012, o volume de emissões de novas debêntures foi 50% superior ao de 2011. Apesar dos avanços, o volume ainda é pequeno perto do potencial. Para acelerar esse mercado, o setor discute medidas como maior padronização dos instrumentos e incentivos fiscais.

 

Como a Cetip vê a concorrência da Bovespa Fix?

A concorrência é natural e saudável para qualquer mercado. A Cetip é a responsável por quase todos os registros e pela custódia dos ativos privados de renda fixa. Buscamos inovação para assegurar a liderança. Um exemplo disso foi o lançamento, durante o terceiro trimestre de 2012, do Cetip – Trader, em parceria com a ICE (IntercontinentalExchange), que reúne serviços de pré-registro, negociação eletrônica, consulta a negócios e preços.

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira