07/01/2020 - 13:26
O Ibama abriu na segunda-feira, 6, consulta pública até 3 de abril para receber contribuições e construir o licenciamento ambiental de usinas eólicas offshore no Brasil. O segmento tem crescido no mundo, impulsionado principalmente por petroleiras que buscam redução da emissão de carbono, mas aqui ainda engatinha, em grande parte, pela boa performance dos ventos em terra.
A geração eólica offshore chegou a ser levada a sério pela Petrobras em 2018, que anunciou na época uma planta piloto no Rio Grande do Norte, em águas rasas, com vistas a futuros negócios com outras petroleiras como Total e Equinor.
Com a mudança de governo e dos rumos da estatal, cuja atual gestão decidiu se concentrar na produção de combustível fóssil em águas profundas, o tema saiu das prioridades da companhia, fazendo hoje parte de uma série de projetos de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa, com Capex de US$ 70 milhões/ano.
Outras petroleiras porém devem investir no setor no País, motivadas principalmente pela evolução tecnológica e das perspectivas da produção em mar ser ainda mais favorável do que a produção em terra, conforme estudos que começam a surgir no País.
De acordo com o Centro de Estratégia em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, estima-se um potencial de 3,4 TW (Terrawatt) de capacidade instalada no offshore brasileiro.
Os potenciais seriam no Nordeste, mas também há grande potencial de vento na costa do Sudeste (norte do Estado do Rio de Janeiro) e do Sul do Brasil, viabilizando a instalação de parques mais próximos à carga e, consequentemente, a redução dos custos de transmissão.