Segundo dados do IBGE, no ano de 2024 cerca de 1 a cada 4 pessoas idosas estavam ocupadas, refletindo mudanças demográficas, transformações no perfil familiar, expansão de vínculos informais e alterações na Previdência desde 2019.

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Os dados do IBGE mostram que a partir de 2012, o grupo com 60 anos ou mais passou de 22 milhões para 34,1 milhões em 2024, avanço de 53,3%. Dentro desse contingente, pouco mais de um quarto estava trabalhando em 2024: 34,2% entre homens e 16,7% entre mulheres.

“Houve a pandemia e teve uma queda expressiva no nível de ocupação, porque era um grupo que realmente precisava se proteger. Mas, passado o período mais crítico da pandemia, esse grupo tem retomado sua participação no mercado de trabalho, atingindo o maior percentual em 2024”, explica Denise Freire, analista do estudo.

Enquanto isso, os índices de subutilização (13,2%) e de desocupação (2,9%) desse grupo ficaram abaixo dos números totais do país, que marcaram 16,2% e 6,6%. Esses dados aparecem no capítulo sobre mercado de trabalho da nova edição da “Síntese de Indicadores Sociais 2025”, do IBGE, publicação que também reúne informações de educação e de distribuição de rendimentos.

Quando se olha separadamente quem tinha entre 60 e 69 anos, os homens alcançaram 48,0% de presença no trabalho e as mulheres, 26,2%. Entre aqueles com 70 anos ou mais, 15,7% deles e 5,8% delas permaneceram ocupados.

A mesma analista aponta que a pandemia interrompeu uma tendência de alta. Ela afirma que o afastamento desse grupo foi intenso naquele momento, mas que a retomada ocorreu nos anos seguintes, alcançando o maior percentual da série em 2024.

Entre os caminhos encontrados pelos idosos para permanecer no mercado aparecem principalmente o trabalho por conta própria (43,3%) e, em menor proporção, o papel de empregador (7,8%). No conjunto da população com 14 anos ou mais, esses números são 25,2% e 4,3%.

O rendimento médio habitual do trabalho principal desse grupo ficou em R$ 3.108. Mulheres com 60 anos ou mais receberam R$ 2.718, e homens, R$ 4.071. Para pessoas pretas ou pardas, o valor foi R$ 2.403, enquanto pessoas brancas alcançaram R$ 4.687. Já o ganho por hora ficou em R$ 25,60 para os idosos, quase o dobro do valor médio de quem tem entre 14 e 29 anos (R$ 13,30).

O país encerrou 2024 com taxa de desocupação de 6,6%, a menor desde o início da série em 2012. A ocupação, por outro lado, marcou 58,6%, maior registro já observado, com 68,8% entre homens e 49,1% entre mulheres.

A participação de trabalhadores sem vínculo aumentou após 2021 e chegou a 46,5% em 2024, enquanto os com vínculo foram 47,9%. Dentro desse grupo sem vínculo, o avanço foi maior entre quem não tinha carteira assinada (4,2%) do que entre os conta própria (1,8%).

Em comparação com 2023, o país ganhou 2,6 milhões de ocupados. O total chegou a 101,3 milhões, recorde da série anual.