28/06/2017 - 10:49
Em 2015, ano em que a recessão da economia se aprofundou, as indústrias extrativa e de transformação cortaram 642.138 postos de trabalho e viram o número de total de empresas cair para 325.277, com o fechamento de 8.462 firmas em relação a 2014. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 28.
Segundo o IBGE, as empresas industriais empregaram 8,2 milhões de trabalhadores em 2015. Em 2014, eram 8,8 milhões de empregados. O corte de vagas de trabalho foi concentrado nos setores de vestuário, fabricação de veículos e fabricação de máquinas e equipamentos.
“O ano de 2015 foi marcado por uma conjuntura de retração na atividade econômica, intensificado pela trajetória de resultados negativos do índice de volume do Produto Interno Bruto (PIB)”, diz o relatório da PIA 2015, chamando atenção para a profundidade da recessão. “A taxa acumulada do PIB, ao longo do ano, recuou 3,8% em 2015, a maior da série histórica iniciada em 1996”, afirma o texto.
Receitas
As empresas do setor industrial apontaram, em 2015, receita líquida de vendas de R$ 2,8 trilhões, com uma média de R$ 8,6 milhões por empresa, informou o IBGE. Os gastos de pessoal alcançaram R$ 422,9 bilhões, enquanto os investimentos realizados para o ativo imobilizado somaram R$ 193,3 bilhões, uma queda de 13,0%, em termos nominais (sem descontar a inflação), verificada especialmente nos setores de refinaria de petróleo, extração de petróleo e de minerais.
Em meio à crise, as empresas industriais passaram a obter menos receita de atividades produtivas em 2015, aponta a PIA 2015 do IBGE.
Conforme o estudo, o total das receitas brutas das empresas industriais atingiu R$ 3,8 trilhões em 2015, alta nominal (sem descontar a inflação) de 4,9% ante 2014. Como a inflação daquele ano elevada (10,67% ao consumidor, conforme o IPCA), a receita teve queda real.
Desse valor, a venda de produtos e serviços foi a maior fonte das receitas em 2015, com 78,8% do total, perda de 4,3 pontos porcentuais frente à participação de 2014. A receita proveniente da revenda de mercadorias e prestação de serviços não industriais aumentou sua participação em 0,5 ponto porcentual, enquanto as receitas das atividades não produtivas cresceram 3,8 pontos porcentuais, para 11,2% do total.
Conforme a PIA 2015, as cinco atividades com maior participação no total das receitas brutas das empresas industriais responderam por 56,1% do total (ante 54,9% em 2014). Os cinco setores são: fabricação de produtos alimentícios; fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; fabricação de produtos químicos; fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; e metalurgia.