18/06/2020 - 10:12
O Estado de São Paulo perdeu espaço na produção industrial no período de dez anos, mostra a Pesquisa Industrial Anual (PIA) publicada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O Estado, porém, continua liderando o setor no País, agora com maior ênfase na produção de produtos alimentícios e com o setor de automóveis registrando queda.
Entre 2009 e 2018, o valor de transformação industrial do Estado de São Paulo caiu de 62,4% para 57,2%, queda de 5,2 pontos porcentuais, puxado principalmente pelo recuo da indústria automotiva, que perdeu 4,7 pontos porcentuais no período e desceu da primeira para quarta posição no ranking de produção do Estado.
A produção de automóveis foi a única a registrar queda de receita líquida de vendas entre os quatro principais produtos brasileiros entre 2009 e 2018. Enquanto a receita líquida da produção alimentícia, líder do ranking, subiu 3,5% no período, a da produção de veículos caiu 2,7%. Já no segmento extrativo, a receita líquida com petróleo e gás subiu 1,6% e a de minerais metálicos cresceu 1,15%.
Segundo a pesquisa, 14 dos 27 Estados da Federação têm na produção de alimentos o seu principal valor de transformação industrial no Brasil.
Por outro lado, graças à indústria extrativa de petróleo e gás, o Rio de Janeiro avançou de 17,3% para 19,5% no peso da região Sudeste e o Espírito Santo, de 3,5% para 4,2%. Já Minas Gerais passou de 16,8% para 19,1%, com impulso da indústria extrativa de minério de ferro.
Com a redução de São Paulo, a região Sudeste também perdeu representatividade junto às outras regiões, com queda de 2,4 pontos porcentuais no ranking geral, enquanto as regiões Norte e Centro Oeste subiram. A primeira pela valorização do preço do minério de ferro no mercado internacional e a segunda pela nova fronteira viabilizada pela expansão dos biocombustíveis.
A PIA tem por objetivo retratar as características estruturais do segmento de empresas industriais, e engloba o setor extrativo e o de transformação. O IBGE pesquisou o universo de 309 mil indústrias em 2018, sendo 303,1 mil do setor de transformação e 5,9 mil da indústria extrativa. Em 2018, o setor industrial brasileiro teve receita líquida de R$ 3,4 trilhões, com R$ 3,2 trilhões decorrentes da área de transformação e R$ 192 bilhões na extração.
Há dois anos a indústria empregava 7,7 milhões de pessoas, com 7,5 milhões trabalhando na indústria de transformação e 200 mil na extrativa, informa o IBGE.
A indústria brasileira gerou R$ 1,4 trilhão em valores de transformação. A indústria de transformação foi responsável por 90,06% deste valor. Os investimentos em 2018 foram da ordem de R$ 186,6 bilhões, com R$ 36,2 bilhões aplicados na indústria extrativa e R$ 150,4 bilhões na indústria de transformação.