O turismo passou longe em oito de cada 10 domicílios brasileiros. É o que revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 2, pelo IBGE. Dos 77,8 milhões de domicílios estimados no país em 2024, apenas 15 milhões (19,3%)  registraram viagem de ao menos um morador.

Apesar do baixo percentual de viagens entre os brasileiros, o índice se manteve estável em relação a 2023. Em 2024, assim como em 2023, foram registradas 20,6 milhões de viagens, ante 12,1 milhões em 2021 e 13,4 milhões em 2020. Veja o detalhamento.

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Durante a pandemia de Covid-19, as proporções de lares em que foi registrado turismo foram de 13,9%, em 2020, e de 12,7%, em 2021. Os dados são do módulo de Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

A tipo de hospedagem mais comum no país é a casa de amigo ou parente, com participação de 40,7% no total das viagens realizadas no ano passado. Em segundo lugar ficaram os hotéis e resorts, com 18,8%. Os imóveis por temporada, inclusive aqueles por aplicativo de internet, alcançaram 5,2% das viagens. Já as pousadas foram utilizadas em 5,9% das viagens. Apenas em 3,2% das viagens a hospedagem aconteceu em imóvel próprio.

                       Divulgação/IBGE

O carro segue como meio de transporte mais usado, mas a participação caiu de 57,6%, em 2020, para 50,7%, em 2024.

Pela primeira vez, porém, o avião superou o ônibus na lista de preferência de meio de transporte em viagens pessoais. A proporção de viagens de avião passou de 10,5% em 2020 para 14,7% em 2024. As viagens de ônibus de linha somaram 13,4% do total.

Principal motivo de não viajar foi falta de dinheiro

Segundo a pesquisa, em 62,8 milhões de domicílios não houve viagem. A falta de dinheiro foi o motivo mais frequente, declarado por 24,6 milhões de domicílios (39,2%), seguida por 12,0 milhões por falta de tempo (19,1%).

Na análise por rendimento, a falta de dinheiro foi superior à média brasileira em dois estratos: em 55,3% dos domicílios com menos de meio salário mínimo per capita e em 44,5% dos domicílios com rendimento de meio a menos de 1 salário mínimo. No grupo com 4 ou mais salários mínimos, em apenas 11,4% não houve viagem por não ter dinheiro.

Entre os domicílios que registraram viagem, apenas 11,3% pertenciam ao grupo de rendimento mensal domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo. Este grupo representa pouco mais que um quinto dos domicílios pesquisados. Já o grupo de domicílios com rendimento per capita de 4 ou mais salários mínimos, que eram 7,4% do total de domicílios, representaram 17,5% dos domicílios em que houve ocorrência de viagem. Os domicílios com rendimento de 2 a menos de 4 salários mínimos eram 13,9% do total e representaram 21,4% dos domicílios em que houve viagem de algum morador.