De cada 10 famílias brasileiras, apenas duas costumam viajar, aponta nova pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 13, pelo IBGE. 

No ano passado, a proporção de domicílios em que pelo menos um morador declarou ter viajado foi de 19,8%, revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Turismo. O percentual, porém, foi maior do que em 2020 (13,9%) e em 2021 (12,7%), os dois últimos anos em que o levantamento foi feito.

Enquanto entre 2020 e 2021, anos muito marcados pela pandemia de covid-19, o número de viagens realizadas por moradores de domicílios particulares permanentes no Brasil caiu de 13,6 para 12,3 milhões, em 2023, esse total saltou para 21,1 milhões, um aumento de 71,5%, incluindo as viagens nacionais e internacionais.

As viagens pessoais representaram a maioria, com 85,7%, e as profissionais foram responsáveis por 14,3% do total.

Sobre o motivo principal das viagens pessoais, lazer é o mais citado, com 38,7%. Visita ou evento com familiares ou amigos é o segundo maior, com 33,1%. Já sobre as viagens profissionais, 82,4% estão relacionadas a negócios e trabalho, 11,6% são para eventos e cursos para desenvolvimento profissional, 2,4% para compras profissionais e 3,6% para outros motivos. 

Nas 21,1 milhões de viagens ocorridas em 2023, a maior frequência de local de hospedagem foi a casa de parentes ou amigos. Isto aconteceu em 41,8% das viagens, percentual ligeiramente menor do que o estimado em 2021, com 42,9%, e 2020 com 43,0% das viagens. O segundo lugar mais procurado para hospedagem foram os hotéis, resorts ou flat, sendo 18,1% das viagens.

Maioria busca praia e sol na escolha do destino

As viagens que possuíam sol e praia como motivo foram as de maior frequência em todas as classes de rendimento sendo responsável por 46,2% do total. Mesmo ainda representando a maioria, o número caiu em comparação com 2020 (55,6%) e 2021 (48,7%). 

As viagens para destinos focados em natureza, aventura e ecoturismo atingiram 22% e as voltadas para cultura e gastronomia, 21,5%.  A categoria Outro tipo de viagens chegou a 10,2%.

O percentual acaba se alterando conforme o nível de rendimento. As viagens motivadas pela praia e sol atingem 55,4% entre os que ganham de meio a menos de 1 salário mínimo e se reduz a 38,9% nos domicílios de mais de 4 salários mínimos. 

Sudeste é destino e origem da maior parte das viagens

A região sudeste do Brasil é o destino da maior parte das viagens ocorridas em 2023. 43,4% tiveram como destino as cidades na região. A segunda colocação ficou com o nordeste, com 25,3% do total. O sul contou com 17,4%. Centro-oeste, com 7,2% e norte, com 6,4% fecham o ranking. 

As posições se repetem quando se aborda a origem dos viajantes. A Região Sudeste representou 45,9% do total, seguida pelas Regiões Nordeste, com 22,0% e Sul com 17,1%. Centro-Oeste e Norte foram origem de 8,2% e 6,8%  

Famílias de maior renda viajam mais

O percentual de ocorrência de viagem foi diretamente proporcional ao rendimento domiciliar per capita. No ano de 2023, o grupo de domicílios com rendimento domiciliar per capita de 4 ou mais salários mínimos teve ocorrência de viagem de algum morador em 46,0% de seus domicílios, sendo o grupo de maior incidência.

Por outro lado, a taxa de ocorrência de viagem nos domicílios com rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo foi de 11,6%, indicando que, apesar da melhora em relação aos outros anos da pesquisa, em quase 90% dos domicílios nesta faixa de rendimento per capita, não houve ocorrência de viagem.