A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho. Trata-se do menor patamar da série histórica deste indicador, que teve início em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira, 16, pelo IBGE.

Na pesquisa anterior do IBGE, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego tinha ficado em 5,8%, até então a mínima recorde. A taxa de desemprego caiu 1 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre móvel anterior (6,6%) e 1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2024 (6,9%).

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O número de brasileiros desempregados caiu para 6,118 milhões, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,100 milhões). Já a população ocupada, ou seja, o total de trabalhadores do país, bateu novo recorde, chegando a 102,4 milhões.

A população desalentada (aqueles que desistiram de procurar emprego) caiu para 2,7 milhões, recuando 11% (332 mil pessoas a menos) no trimestre e mostrando redução de 15% (menos 475 mil pessoas) no ano.

Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses indicadores demonstram que as pessoas que deixaram a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho, o que é corroborado pelo recorde na ocupação”.

O resultado superou as expectativas o mercado. Economistas consultados em pesquisa da Reuters previam que a taxa ficaria em 5,7% no período.

Outros recordes do mercado de trabalho

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) manteve o percentual recorde: 58,8%. Além disso, o número de empregados com carteira assinada também foi recorde, chegando a 39,1 milhões.

O rendimento real do trabalhador ficou em R$ 3.484 no trimestre também foi recorde, crescendo nas duas comparações: 1,3% no trimestre e 3,8% no ano. Já a massa de rendimentos do trabalho atingiu a nova marca recorde de R$ 352,3 bilhões, crescendo em ambas as comparações: 2,5% (mais R$ 8,6 bilhões) no trimestre e 6,4% (mais R$ 21,3 bilhões) no ano.

O economista André Perfeiro destaca que os dados revelam um mercado de trabalho robusto, contudo, limitam a perspectiva de corte de juros. “Salários em alta mantém o custo de serviços em alta e esta é a variável chave da análise da maioria dos economistas e do Banco Central para avaliar os componentes subjacentes da inflação”, afirma.

O Banco Central, que anuncia nesta quarta-feira, a sua decisão para a Selic, tem chamado atenção para a resiliência do mercado de trabalho mesmo em meio a sinais de desaceleração gradual da atividade econômica. A expectativa é de manutenção da taxa no patamar de 15%.

A divulgação do dado de julho para o desemprego, inicialmente prevista para o final de agosto, foi postergada após o IBGE ter detectado a necessidade de correções técnicas. Os números dos três meses encerrados em agosto serão divulgados em 30 de setembro.