O Ibovespa recuava nesta terça-feira, 20, após renovar máximas históricas na véspera, com o setor de educação entre os destaques negativos após novas regras envolvendo o ensino à distância, enquanto Petrobras valorizava-se com mais um avanço no plano de perfuração na Amazônia.

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Por volta de 10h35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,33%, a 139.172,55 pontos. Até a véspera, acumulava alta de mais de 3% em maio, após fechar abril com ganho de 3,7% e março com elevação de 6,1%. Na segunda-feira, superou 140 mil pontos pela primeira vez.

O volume financeiro nesta terça-feira somava R$2,5 bilhões.

Impacto do exterior

No exterior, a China cortou as taxas de juros pela primeira vez desde outubro, conforme esperado, enquanto os principais bancos estatais reduziram as taxas de depósito. O banco central chinês ainda prometeu intensificar esforços para apoiar o consumo, as pequenas empresas e a estabilização do comércio.

Investidores também estão atentos às negociações envolvendo um amplo projeto de lei de corte de impostos nos Estados Unidos.

Em Wall Street, o S&P 500 perdia 0,3%, tendo no radar ainda uma série de discursos de autoridades do Federal Reserve na agenda do dia.

Na visão da equipe da Ágora Investimentos, a falta de fôlego em Nova York, somada a uma relativa fraqueza das principais commodities para o Ibovespa, deve limitar o apetite dos investidores no mercado brasileiro, conforme relatório enviado a clientes mais cedo nesta terça-feira.

Destaques do Ibovespa

– YDUQS ON caía 5,2% e COGNA ON recuava 3,9%, com agentes ainda digerindo as novas regras para o ensino a distância. Para o BTG Pactual, o novo marco tende a ser negativo para o setor, entre outras razões, porque aumenta os custos em um segmento que historicamente tem tido dificuldades em repassar a inflação de custos para as mensalidades.

– PETROBRAS PN avançava 0,81%, tendo como pano de fundo um decréscimo de 0,03% no preço do barril de petróleo Brent. Também no radar estava uma decisão do Ibama tomada na segunda-feira, que permitirá que a Petrobras dê mais um passo em direção à perfuração de petróleo na Amazônia, mas veio com uma importante ressalva para licenças futuras na área.

– PETZ ON tinha elevação de 6,02%, tendo no radar notícia de que o órgão antitruste Cade deve aprovar a fusão da companhia com a rival Cobasi. De acordo com o Brazil Journal, a superintendência-geral do Cade chegou à conclusão de que o nível de concentração das duas empresas somadas é muito baixo, o que torna desnecessário qualquer tipo de compensação.

– MARFRIG ON valorizava-se 3,67%, retomando o sinal positivo após ajustes na véspera, com o setor de proteínas entre os destaques na coluna de alta do Ibovespa. BRF ON ganhava 2,54% e JBS ON subia 1,37%. MINERVA ON era exceção com queda de 0,19%.

– MAGAZINE LUIZA ON perdia 2,63%, em sessão mais negativa para o setor de consumo, com GPA ON sendo negociada em baixa de 3,13% e CVC BRASIL ON perdendo 3,04%. O índice do setor de consumo tinha declínio de 0,85%.

– ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,1%, enquanto BRADESCO PN caía 0,19%, BANCO DO BRASIL ON mostrava acréscimo de 0,76%, SANTANDER BRASIL UNIT recuava 0,52% e BTG PACTUAL UNIT perdia 1,6%.

– VALE ON tinha variação negativa de 0,05%, apesar do avanço dos futuros do minério de ferro na China em meio à demanda resiliente de curto prazo para o ingrediente de fabricação de aço. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,28%, a 725 iuanes (US$100,39) a tonelada.