Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa avançou forte e fechou acima dos 112 mil pontos nesta sexta-feira, embalado por uma bateria de resultados corporativos e pela disparada de Petrobras, enquanto apostas relacionadas aos juros nos Estados Unidos e no Brasil asseguraram o melhor desempenho semanal desde novembro de 2020.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,78%, a 112.764,26 pontos, acumulando alta de 5,91% na semana – a quarta seguida de alta e maior ganho semanal desde a semana encerrada em 6 de novembro de 2020.

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O volume financeiro da sessão somou 35,8 bilhões de reais.

Para Caio Kanaan Eboli sócio e diretor operacional da mesa proprietária Axia Investing, o Ibovespa pode estar retomando a tendência de alta.

De pano de fundo para o movimento mais positivo dos últimos pregões, Eboli citou a perspectiva de um possível final do ciclo de alta da Selic. Tal prognóstico ganhou força desde a semana passada, com a decisão do Copom, e se consolidou nessa semana com a ata da reunião e a deflação registrada pelo IPCA.

Em paralelo, números sobre os preços nos Estados Unidos mostraram alívio nessa semana, alimentado expectativas de que o Federal Reserve não precisará ser tão agressivo em relação ao aumento da taxa de juros, o que reduziu preocupações com a desaceleração da economia norte-americana e global.

Wall Street fechou em alta nesta sexta-feira, com os índices S&P 500 e Nasdaq registrando a quarta semana consecutiva de ganhos, conforme sinais de que a inflação pode ter atingido o pico em julho aumentaram a confiança de investidores de que um mercado em alta pode estar em curso.

DESTAQUES

– MAGAZINE LUIZA ON disparou 17,76%, a 3,58 reais, maior ganho percentual desde março de 2020, um dia após divulgar balanço com prejuízo no segundo trimestre, enquanto executivos previram que o crescimento de vendas no segundo semestre elevará margens. No setor, VIA ON saltou 13,98%, a 3,18 reais, também repercutindo resultado trimestral, enquanto AMERICANAS ON fechou em baixa de 2,41%, a 12,96 reais, após prejuízo.

– HAPVIDA ON evoluiu 16,97% a 7,72 reais, após desempenho operacional melhor do que o esperado no segundo trimestre, com executivos do grupo de medicina e planos de saúde esperando aceleração de crescimento orgânico e recuperação de preços. Analistas do Bank of America elevaram a recomendação dos papéis para compra, com preço-alvo de 10 reais.

– PETROBRAS PN avançou 7,19%, a 31,71 reais, apesar da queda do petróleo Brent. O Citi elevou o preço-alvo dos ADRs de 17,4 para 19 dólares. A companhia começou a venda de direitos minerários em potássio na bacia do Amazonas. Terminou na quinta-feira o prazo para comprar a ação para ter direito a receber dividendos expressivos anunciados pela estatal.

– B3 ON valorizou-se 7,82%, a 13,10 reais, após lucro quase estável no segundo trimestre, apesar da queda nas receitas num período de atividade mais fraca no mercado de ações, enquanto sinalizou otimismo para vencer uma disputa bilionária com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) envolvendo cerca de 14 bilhões de reais em multas.

– NATURA&CO ON desabou 10,36%, a 14,28 reais, seguindo prejuízo líquido maior do que o esperado para o segundo trimestre, pressionado por um cenário macroeconômico desafiador e maiores despesas financeiras. Analistas do Bradesco BBI avaliaram que os resultados não trouxeram o conforto sobre as estimativas e a convicção de uma recuperação no segundo semestre que os investidores estavam procurando