O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, renovando topo histórico, com Eletrobras, Itaú e Vale entre os principais suportes, enquanto Braskem voltava a figurar como destaque negativo com preocupações sobre as alternativas para otimizar a sua estrutura de capital.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,82%, a 146.644,83 pontos, tendo marcado 147.558,22 pontos na máxima até o momento, novo recorde intradia. Em setembro, já acumula alta de 3,69%. O volume financeiro no pregão somava R$ 3,38 bilhões.

Na visão de analistas do BB Investimentos, a trajetória mais consistente de médio e longo prazos para o Ibovespa permanece de alta, amparada pelo momento de política monetária nos EUA, a partir do início do ciclo de corte de juros, conforme relatório enviado a clientes.

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Eles também citaram que a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, esperada para ocorrer nesta semana, deixa investidores em compasso de espera. “No gráfico semanal, vemos a formação de uma figura de indefinição para a semana, mas ainda dentro de um canal primário de alta”, acrescentaram.

Nesta segunda-feira, o movimento no pregão brasileiro era endossado pelo viés externo, com o índice acionário norte-americano S&P 500 em alta de 0,35% além de alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

Destaques da bolsa

– MAGAZINE LUIZA ON avançava 3,13%, ampliando a valorização no mês, que já soma 41%. De acordo com relatório da Ágora Investimentos, contudo, o papel está entre as ações com maior taxa de aluguel, de 22,63% conforme dados de sexta-feira.

– CSN ON subia 2,88%, em destaque no setor de mineração e siderurgia, com a controlada CSN MINERAÇÃO ON em alta de 2,64%. VALE ON avançava 0,32%, mesmo com a queda dos futuros do minério de ferro na China.

– BRASKEM PNA caía 3,7%, ainda pressionada pelo anúncio de que contratou assessores para avaliar opções para sua estrutura de capital. Analistas do BTG Pactual veem um risco de diluição para acionistas da petroquímica “firmemente” presente.

– ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,34%, batendo máxima histórica intradia de R$39,36, tendo no radar dados de crédito no país divulgados pelo Banco Central. BRADESCO PN avançava 1,3%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 1,18% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 1,03%.

– ELETROBRAS ON avançava 2,62% e ELETROBRAS PNB subia 2,61%, trabalhando em níveis históricos e também fornecendo apoio para o avanço do Ibovespa.

– PETROBRAS PN recuava 0,99%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava queda de 2,84%.

– AMBIPAR ON, que não está no Ibovespa, subia 3,28%, em mais um dia de trégua após fortes perdas na semana passada, em meio a preocupações sobre a companhia após decisão favorável da Justiça do Rio de Janeiro na semana passada sobre pedido de medida cautelar contra credores.

Dólar em queda

Já o dólar operava em baixa nesta manhã de segunda-feira no Brasil, alinhado ao recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio a preocupações sobre uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos caso uma lei orçamentária não seja aprovada até terça-feira.

No Brasil, investidores estiveram atentos a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do Itaú em São Paulo, e aguardam agora a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Às 10h54, o dólar à vista tinha baixa de 0,46%, aos R$ 5,3142 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,69%, a R$ 5,3180.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, aos R$5,3386.

No exterior, o dólar cedia ante boa parte das demais divisas, com o mercado à espera da divulgação de indicadores econômicos no restante da semana e atentos às negociações no Congresso dos EUA, onde parlamentares negociam a aprovação de uma lei para evitar a paralisação de parte do governo.

Às 10h57, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,29%, a 97,859.

No Brasil, após iniciar a sessão próximo da estabilidade, o dólar se alinhou ao exterior e passou a recuar ante o real, com investidores atentos ainda à Conferência Itaú Macro Vision, em São Paulo.

No evento, Haddad afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio, acrescentando que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.

“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad sobre o objetivo de 2025. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou.

Galípolo, que falou mais cedo em evento do BC sobre a pesquisa Firmus, fala no evento do Itaú ainda nesta manhã.