O quarto trimestre de 2024 caminha para ser o pior desempenho trimestral do Ibovespa desde 2014. Até o fechamento na última segunda-feira, 16, o índice acumula uma queda de 6,26%, superando o declínio de 5,55% registrado no mesmo período de 2021 e rivalizando com a forte retração de 7,59% de 2014. O levantamento foi feito por Einar Riveiro, sócio da consultoria Elos Ayta.

Esse desempenho negativo contrasta com os trimestres finais dos últimos anos, que apresentaram ganhos expressivos, como os 15,12% de 2023 e 25,81% de 2020, marcando um dos melhores encerramentos trimestrais da série histórica.

Uma análise mais ampla dos últimos 15 anos revela que, desde 2010, o índice apresentou:

  • 8 trimestres positivos, sendo o mais expressivo em 2020, com um salto de 25,81%, favorecido pela retomada econômica pós-pandemia;
  • 7 trimestres negativos, destacando-se 2014 e 2024, que indicam condições macroeconômicas mais desafiadoras e um apetite reduzido por risco.

O que explica o desempenho fraco? 

De acordo com Rivero, o cenário atual combina fatores externos e domésticos que pressionam os mercados brasileiros, como a política monetária restritiva dos EUA, que tem fortalecido o dólar e reduzido o fluxo de capital para mercados emergentes, e os desafios fiscais domésticos.