18/03/2025 - 17:31
O Ibovespa confirmou a quinta alta seguida nesta terça-feira, renovando máximas em cinco meses, acima dos 131 mil pontos. Já o dólar à vista fechou em baixa de 0,19%, aos R$5,6755, menor cotação desde 24 de outubro, quando encerrou em R$5,6635.
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Veja a seguir os destaques que impactaram o câmbio e a bolsa de valores.
Dólar no menor valor desde outubro
Nas últimas seis sessões, o dólar acumulou baixa de 3,06%. No ano o dólar acumula queda de 8,15%, em meio ao fluxo de entrada de recursos no país.
“Tivemos fluxo de exportador e de investidor estrangeiro”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Nos últimos dias temos tido fluxo especulativo vindo para o Brasil, porque o diferencial de juros aqui está alto, o que atrai investidores”, acrescentou, lembrando que na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nova elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano.
A nova queda do dólar ante o real ocorreu a despeito de um fator que, no fim de 2024, foi motivo para forte alta das cotações: a intenção do governo de isentar de Imposto de Renda pessoas que ganham até R$5 mil por mês.
Se em dezembro a proposta foi vista como mais um fator de risco para o equilíbrio fiscal, a apresentação oficial do projeto ao Congresso nesta terça-feira não trouxe pressão para os negócios. De acordo com o governo, o efeito final sobre as contas públicas será neutro, ou seja, a arrecadação da parcela mais rica da população compensará a isenção dada à fatia mais pobre — justamente o ponto que gera desconfiança no mercado.
Ibovespa tem impulso da JBS
O índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou em alta de 0,49%, a 131.474,73 pontos, após marcar 131.834,32 pontos na máxima e 130.721,97 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$21,26 bilhões.
O Ibovespa foi beneficiado pelas ações da JBS, que dispararam após novo avanço nos planos de listar suas ações nos Estados Unidos. Na véspera, a empresa divulgou que a BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, decidiu se abster de votar sobre a proposta de dupla listagem de ações da companhia nos Estados Unidos e no Brasil.
Na visão de analistas do Safra, o acordo elimina um dos principais riscos para o processo. “Isso coloca a decisão final nas mãos dos acionistas minoritários, que têm maior inclinação a aprovar a proposta, dado o potencial destravamento de valor”, afirmaram Ricardo Boiati e equipe em relatório a clientes.
Estrategistas também têm relacionado a tendência mais positiva na bolsa paulista a uma rotação global de portfólio, bem como perspectivas de que o pico da Selic pode ser menor do que o esperado ou o Banco Central pode começar a reduzi-la mais cedo.
Para o economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, o Copom deve anunciar uma alta de 1 ponto percentual na Selic na quarta-feira, “sem margem para qualquer outra decisão'”, e mais duas de 0,5 ponto até o momento, citando a forte desancoragem das expectativas de inflação.
De acordo com Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, o mercado brasileiro fechou na expectativa das decisões de juros nos EUA e no Brasil na quarta-feira, embora os movimentos nas respectivas taxas já estejam bem precificados.
No caso dos EUA, Queiroz citou que agentes financeiros buscam entender como a maior economia dos EUA deve se comportar nos próximos meses, em meio a um ambiente de juros, e principalmente avaliar os riscos de uma recessão. Em Wall Street, o sinal negativo prevaleceu nesta terça-feira, com o S&P 500 fechando com declínio de 1%.