23/07/2025 - 17:13
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, embalado pelo viés positivo em Wall Street, em meio a noticiário sobre acordos comerciais dos Estados Unidos, enquanto WEG destoou e caiu após o resultado do segundo trimestre frustrar.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,99%, a 135.368,27 pontos, tendo alcançado 135.782 pontos na máxima e marcado 133.676,27 pontos na mínima do dia.
A Petrobras avançou 2% no pregão, na esteira da novidade anunciada pela companhia de que seu acordo de individualização de produção (AIP) com Shell e PPSA para produção no pré-sal de Jubarte aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Esse acordo passa a vigorar já a partir do dia 1º de agosto e firma participações e as regras para a operação conjunta das empresas envolvidas, já que a jazida ultrapassa os limites originais das áreas concedidas ou contratadas.
O volume financeiro somou apenas R$16,85 bilhões, mais uma vez abaixo da média diária do mês, de R$21,66 bilhões, que é menor do que a média do ano, de R$24,48 bilhões, sugerindo agentes financeiros ainda cautelosos para tomar risco.
De acordo com analistas do Itaú BBA, após perder recentemente a região dos 135.000 pontos, o Ibovespa entrou em tendência de baixa no curto prazo e encontra resistência inicial em 136.400 pontos, conforme o relatório Diário do Grafista desta quarta-feira.
“Se conseguir ultrapassar, o índice poderá estender o movimento em busca das resistências em 139.600 e 141.600 pontos”, acrescentaram.
No exterior, os EUA fecharam um acordo com o Japão que reduziu as tarifas sobre as importações de automóveis e poupa Tóquio de novos impostos sobre outros produtos em troca de um pacote de US$550 bilhões em investimentos e empréstimos aos EUA.
Diplomatas europeus, por sua vez, afirmaram que a União Europeia caminha para um acordo com os EUA que resultará em uma tarifa de 15% sobre os produtos do bloco, evitando uma taxa mais severa de 30% prevista para ser implementada a partir de agosto.
Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, avançou 0,78%, renovando máxima histórica.
Destaques do Ibovespa
Petrobras (PETR4) avançou 2,46% e Petrobras (PETR3) subiu 2,13%, em dia positivo no setor, apoiado pela disparada do petróleo no exterior com o aumento das tensões no Oriente Médio. O barril de Brent disparou 7,02%, a US$74,23. PetroReconcavo (RECV3) ganhou 2,71%, Brava Energia (BRAV3) valorizou-se 1,51% e Prio (PRIO3) subiu 1,76%. A Petrobras também atualizou valor do dividendo que será pago no próximo dia 20, a R$0,37 por ação, de R$0,35 antes.
Vale (VALE3) caiu 1,33%, contaminada pela aversão a risco global, enquanto o contrato mais negociado na bolsa de Dalian, na China, encerrou as negociações diurnas com declínio de 0,14%, a 703 iuanes (US$97,90) a tonelada.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 1,2%, pressionado pelo clima negativo na bolsa paulista, com Bradesco (BBDC4) encerrando em queda de 1,15%. Santander Brasil (SANB11) perdeu 0,37%, distante da mínima do dia, com novos relatórios favoráveis sobre o banco, entre eles o do Bank of America, que elevou o preço-alvo dos papéis de R$28 para R$33, embora tenha mantido a recomendação neutra. Banco do Brasil (BBAS3) também reverteu as perdas iniciais e subiu 0,79%.
Suzano (SUZB3) fechou com elevação de 2,19%, endossada por “upgrade” de analistas do Goldman Sachs, que elevaram a recomendação das ações para compra e o preço-alvo de R$63 para R$65, citando potencial de recuperação cíclica dos preços de celulose e valuation atrativo.
CVC Brasil (CVCB3) encerrou com declínio de 8,33% e Magazine Luiza (MGLU3) recuou 7,07%, em meio ao avanço das taxas dos contratos de DI, contaminados pelo ambiente avesso a risco, o que minava ações de empresas sensíveis a juros. O índice do setor de consumo perdeu 1,3%.
MRV&Co (MRVE3) não sustentou a alta e terminou em queda de 2,37%, sucumbindo ao viés mais negativo no pregão. Agentes também analisaram na sessão autorização do conselho de administração da construtora para a companhia realizar novas operações com derivativos lastreados em ações ou recomprar, a preço de mercado, até o limite de 6,08 milhões de papéis. O índice do setor imobiliário recuou 1,68%.
Méliuz (CASH3), que não está no Ibovespa, caiu 4,98%, tendo ainda no radar precificação na véspera de oferta primária de ações a R$7,06 por papel (desconto de cerca de 5% ante o fechamento da quinta-feira), levantando R$180,08 milhões. Conforme divulgado anteriormente pela companhia, o objetivo do follow-on era levantar recursos para aquisição de bitcoins.
JBS fechou negociada a US$13,87 em sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York nesta sexta-feira, consolidando a dupla listagem do maior frigorífico do mundo. A ação abriu a US$13,65 no Ibovespa e chegou a ser cotada a US$14,58 na máxima e a US$13,55 na mínima da sessão. Os BDRs da JBS já estão sendo negociados na B3 desde segunda-feira. Nesta sessão, terminaram o dia a R$76,68, alta de 0,76%.