A alta do petróleo no exterior e o aumento acima do esperado do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) em julho ante junho são insuficientes para dar um norte ao Ibovespa, que opera perto do zero a zero. De todo modo – principalmente a elevação do petróleo e do minério de ferro – as ações ligadas a commodities sobem, limitando recuo ou segurando alta do Índice Bovespa.

O principal indicador da B3 variou entre mínima (117.944,88 pontos, em queda de 0,29%) e máxima aos 118.457,81 pontos, em alta de 0,14%. Na segunda-feira, o Índice Bovespa fechou com recuo de 0,40%, aos 118.288,21 pontos. Petrobras subia 0,47% (PN) e 0,70% (ON), enquanto Vale avançava 0,22%.

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“Ontem o índice rondou a estabilidade e deve seguir, como se diz: ‘cozinhando o galo’ entre hoje e amanhã, até a apreciação da decisão de política monetária dos bancos centrais”, afirma o economista Álvaro Bandeira em comentário matinal.

O Copom e o Fed divulgarão as taxas de juros de setembro nesta quarta-feira, com expectativas de corte e manutenção, respectivamente, e grande foco nos comunicados.

A falta de grandes motivadores em dia de agenda minguada reforça a instabilidade, nos moldes da véspera, antes das decisões de juros nos EUA e no Brasil. A China, no fim da noite, decidirá taxa de juros.

“O mercado está totalmente esperando as três decisões ultra importantes. Os investidores querem ver como serão as sinalizações desses bancos centrais, já que espera-se manutenção dos juros nos Estados Unidos e corte da Selic em meio ponto porcentual amanhã. No caso, da China, pode ser que reduza a taxa, o que animaria”, diz Renato Reis, analista da DVInvest/Blue3, casa de análise parceira da Blue3.

Ao mesmo tempo, se de por um lado o avanço do petróleo, que já mira os US$ 95 o barril, o do tipo Brent, é gatilho de alta às ações do segmento, sobretudo as da Petrobras, tende a elevar o risco inflacionário. Neste sentido, pode dificultar a possibilidade de fim do ciclo de elevação dos juros americanos, aumentando ainda mais os olhares no comunicado do Fed amanhã, após a definição das taxas. Neste sentido, os retornos dos Treasuries avançam, pressionando os juros futuros locais.

“A semana está só começando. Amanhã tudo pode mudar, a depender do Fed e do Copom, principalmente. Está em compasso de espera não em relação às decisões em si, que estão alinhadas, mas quanto aos comunicados”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Mais cedo, o Banco Central divulgou o IBC-Br. O indicador mostrou expansão de 0,44% da economia brasileira em julho ante junho. O resultado superou a mediana de alta de 0,35% encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de recuo de 0,10% a crescimento de 1,10%.

Para Spiess, o IBC-Br maior do que o previsto pode jogar contra as apostas de aceleração no ritmo de corte da Selic de 0,50 ponto porcentual para 0,75 ponto mais para frente. Para amanhã, espera-se que o juro caia de 13,25% para 12,75% ao ano. “Serviços estão acelerando e depõem contra um recuo de 0,75 no fim do ano. Nosso cenário base é de baixa de 0,50 ponto, com Selic fechando 2023 em 11,75%”, diz o analista da Empiricus.

Às 11h12, o Ibovespa caía 0,20%, aos 118.049,17 pontos.