O Ibovespa avançou pelo quinto pregão seguido nesta terça-feira, 28, renovando a máxima de fechamento, com Vale entre os principais suportes, assim como MBRF, ainda embalada por acordo envolvendo fundo soberano saudita.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,31%, a 147.428,90 pontos, fechando acima dos 147 mil pela primeira vez e superando o recorde de fechamento registrado na véspera, de 146.969,10.

No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a 147.810,55 pontos, sem conseguir superar o topo intradia também apurado na segunda-feira, de 147.976,99 pontos. Na mínima, registrou 146.574,67 pontos. O volume financeiro no pregão somava R$18,4 bilhões antes dos ajustes finais.

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Nova queda do dólar

O dólar oscilou em margens estreitas e fechou perto da estabilidade, com investidores mantendo posições antes da decisão sobre juros do Federal Reserve, na quarta-feira, 29, e das negociações comerciais entre EUA e China, na quinta-feira, 30.

A moeda norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,19%, aos R$ 5,3605. No ano, a divisa acumula queda de 13,25%.

A expectativa para a reunião de quarta-feira do Federal Reserve permeava os negócios, com os agentes esperando um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos, mas à espera de pistas sobre o que virá depois.

Atualmente, a taxa de referência nos EUA está na faixa entre 4% e 4,25%. No fim da tarde, a ferramenta CME FedWatch mostrava que os ativos precificam 99,9% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros nos EUA nesta quarta. Além disso, há 90,8% de chance de corte de mais 25 pontos-base dezembro, enquanto as apostas para o encontro do fim de janeiro do Fed estão mais equilibradas: 48,3% para mais um corte de 25 pontos-base e 47,4% para manutenção.

Profissionais do mercado têm destacado que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, somada à manutenção da Selic em 15% ao ano nos próximos meses, como vem indicando o Banco Central, favorece o fluxo de dólares para o Brasil, o que tem impactado as cotações.

“O país continua sendo um bom destino em busca de ‘carry’ (trade). Esse é o movimento que temos visto, inclusive, da bolsa batendo recordes”, comentou Ricardo Chiumento, superintendente da Mesa de Mercados do BS2. “É um movimento de fraqueza do dólar global e, por outro lado, um carry positivo do lado brasileiro”, acrescentou.

Em operações de carry trade, investidores tomam empréstimos no exterior, onde os juros são menores, e aplicam no Brasil, onde o retorno é maior.

Outro ponto de atenção são as negociações comerciais dos Estados Unidos com a China. Na quinta-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, vai se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, para discutir saídas para o embate comercial entre os países.