O Índice Bovespa opera em queda desde a abertura e ampliou o ritmo perto do fim da manhã desta sexta-feira, 19, já oscilando abaixo do suporte dos 112 mil pontos. A aversão ao risco no mercado internacional é quem motiva as ordens de venda, que são puxadas principalmente pelas ações do setor de commodities, em sintonia com as perdas dos preços das matérias-primas no exterior.

Na pauta do mercado internacional está a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Apesar dos comunicados mais suaves da instituição, os mercados voltaram a prever aumento de 0,75 ponto porcentual nos juros americanos.

Barkin, do Fed, diz que ainda há “muito tempo” até decisão de juros em setembro

“As falas mais duras dos dirigentes do Fed deixaram os investidores mais receosos, o que se reflete na busca por ativos de segurança”, disse Rafael Azevedo, especialista em Renda Variável da Blue3.

O profissional também ressalta como fatores que estão no radar do investidor a crise energética na China e a inflação na Europa. “Esse é um cenário macroeconômico que leva os mercados à realização de lucros, e com liquidez reduzida”, afirma.

Além da política monetária dos EUA, apoiam a cautela dos investidores nesta manhã questões como o salto de 37,2% do índice de preços ao produtor (PPI) da Alemanha em julho ante igual mês de 2021, que ficou bem acima do esperado por analistas, que projetavam alta de 31,5%.

As vendas no varejo do Reino Unido também ficaram acima do esperado, outro indicativo de cautela para a política monetária na Europa.

Às 11h30, o Ibovespa tinha 111.975,26 pontos em queda de 1,61%. Petrobras ON tinha queda de 1,47%, enquanto Vale ON perdia 1,42%.