O Ibovespa oscila entre perdas e ganhos, mas perto da estabilidade nesta quarta-feira, 5, sob forte influência da expectativa do mercado em torno do comportamento dos juros dos Estados Unidos, deixando em segundo plano informações vindas do mercado doméstico, como a queda maior que a esperada na produção industrial de abril.

As taxas de Treasuries alternaram entre o território positivo e o negativo, divididas entre um aumento menor que o previsto na criação de vagas do setor privado dos Estados Unidos – fator favorável a juros menores – e um crescimento acima do esperado na atividade do setor de serviços do país – que inclina a agulha da política monetária americana à manutenção dos juros altos.

Segundo Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos, ainda que a Bolsa brasileira tenha “muita coisa barata” do ponto de vista da relação entre o preço das ações e o lucro projetado das companhias, o que prevalece na cabeça dos investidores é o nível elevado dos juros dos Estados Unidos.

Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, acrescenta que o cenário global também ficou mais nebuloso nesta semana, com resultados diferentes do esperado em eleições no México e na Índia, dois países emergentes relevantes, que resultaram em perdas para ativos destas nações.

Ele destaca que, a despeito dos números divulgados hoje, que movimentaram os mercados globais, o foco dos investidores ainda está sobre o payroll, o relatório dos Estados Unidos sobre o mercado de trabalho do país, que será divulgado na sexta-feira.