02/05/2025 - 17:08
O Ibovespa avançou 12,29% entre janeiro e abril de 2025, sendo a terceira classe de investimento mais rentável da janela.
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Na frente do Ibovespa, aparecem o índice de Small Caps, que saltou 18% no período, e o ouro, que lidera os ganhos e se destaca como o ativo financeiro com melhor desempenho no mercado, acumulando alta de 25,2%.
O movimento reflete o cenário internacional conturbado e a possibilidade de cortes nos juros americanos, fatores que aumentaram a busca por proteção.
No caso das Small Caps, a expectativa de retomada econômica no Brasil e o aumento do apetite por ativos de maior risco sustentaram a alta das empresas de menor valor de mercado.
No caso do Ibovespa, vale destacar que o índice encerrou abril aos 135.066,97 pontos, muito próximo do recorde histórico de agosto de 2024, que foi de 137.343,96 pontos.
Esse desempenho foi impulsionado por diversos fatores: a entrada significativa de capital estrangeiro, motivada pela instabilidade nas bolsas norte-americanas e pela guerra comercial entre EUA e China, levou investidores a buscarem mercados emergentes como o Brasil .
Além disso, a valorização do real frente ao dólar beneficiou empresas exportadoras e reduziu as expectativas de inflação, criando um ambiente mais favorável para ações de empresas endividadas e voltadas ao consumo interno.
Ações que mais subiram no Ibovespa
No acumulado do de 2025 até o fim de abril, as ações da Cogna lideram as altas do Ibovespa, com valorização de 143% no período, superando com folga os 73% das ações da Yduqs, também do segmento educacional e segunda do ranking.
Em um cenário mais favorável no campo macroeconômico, com perspectivas de um cenário menos austero em termos de política monetária, além das educacionais o varejo marca presença nas ações que mais subiram no Ibovespa para o período, com alta de 65% no Pão de Açúcar e de 66% no Assaí, por exemplo.
Destaque também para os papéis do Itaú, que saltaram mais de 30% em 2025 na esteira de bons resultados financeiros, com um lucro líquido de R$ 10,88 bilhões no quarto trimestre de 2024 e retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) elevado, atingindo 22,2% em 2024. O banco tem uma das maiores participações na carteira do Ibovespa e, dentre as maiores altas do índice listadas, teve a maior contribuição para a alta da bolsa nesse período.
O banco também mostrou controle da inadimplência nos números mais recentes, ao passo que concorrentes enfrentaram desafios com o aumento da inadimplência, especialmente em setores como o agronegócio.
IDIV chega a maior nível da série histórica
Na lista dos desempenhos positivos, o IDIV, composto por ações que distribuem bons dividendos, registrou ganhos de 10,3% no ano e, no fechamento de abril, atingiu o maior nível da série histórica, aos 9.746,28 pontos. Já o IFIX, índice que reúne os fundos imobiliários, valorizou 9,51% e encerrou o mês em 3.412,71 pontos, a apenas 11 pontos do topo atingido em abril de 2024.
Por outro lado, alguns ativos fecharam em baixa no acumulado de 2025. O BDRX, que acompanha os recibos de ações estrangeiras negociadas na B3, recuou 15,51%, marcando o pior resultado desde 2022 e completando três anos negativos desde sua criação em 2010.
O dólar Ptax caiu 8,58%, a maior desvalorização desde 2016, e o Bitcoin, após ganhos expressivos, devolveu parte da alta e fechou o período com queda de 8,29%. O euro Ptax, por sua vez, praticamente ficou no zero a zero, com leve baixa de 0,17%.
Se o recorte for ampliado para os últimos 12 meses até abril de 2025, o Bitcoin lidera a lista de rendimentos, com valorização acumulada de 72,93%. O ouro aparece na sequência, com alta de 43,58%, seguido pelo BDRX, que mesmo com o desempenho ruim no ano, acumula ganhos de 23,67% em 12 meses.
O Ibovespa, nesse intervalo, ficou com 7,26%, superando apenas o IFIX, que avançou 0,91%, e o Small Caps, que permaneceu praticamente estável, com variação de 0,07%. Mesmo assim, todos os ativos analisados apresentaram resultado positivo nesse horizonte de tempo, o que aponta para uma recuperação consistente dos mercados desde o segundo trimestre de 2024.
No campo da renda fixa, o CDI acumulou retorno de 4,02% no ano, enquanto a poupança rendeu 2,53%. Ambos avançaram, embora em ritmo inferior aos ativos de renda variável.
No balanço de abril, os movimentos de mercado refletiram a combinação de fluxo estrangeiro direcionado, demanda por ativos de proteção e maior disposição para risco em segmentos específicos. Para quem acompanhou de perto, o ambiente instável ofereceu oportunidades tanto em investimentos tradicionais quanto em alternativas.