O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, 16, puxado principalmente pelas ações da Petrobras, que acompanhavam a alta dos preços do petróleo, e com Azul disparando após confirmar negociação com credores.

+ Azul confirma negociação com credores para troca de dívida por fatia na empresa

Os negócios são permeados ainda por expectativas de agentes financeiros sobre as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil previstas para esta semana.

Por volta de 10h50 o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,35%, a 135.350,86 pontos. O volume financeiro somava 2,4 bilhões de reais.

“Com cenário indefinido, bolsa deve seguir em compasso de espera até quarta, dia de importantes decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos”, destacaram analistas do BB Investimentos em nota sobre análise gráfica semanal do Ibovespa enviada a clientes.

Investidores permanecem relativamente divididos sobre o desfecho da reunião de dois dias do Federal Reserve de quarta-feira, que será conhecido às 15h (horário de Brasília) e terá o comunicado acompanhado por projeções, enquanto o chair, Jerome Powell, fala às 15h30.

“O Fed certamente reduzirá suas taxas esta semana. Mas em quanto é a pergunta de 1 milhão de dólares!”, afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank. Um corte, segundo ela, está totalmente precificado, mas investidores não conseguem concordar sobre a magnitude.

De acordo com a ferramenta FedWatch, da CME, os futuros dos Fed Funds embutiam uma chance de 39% de um corte de 0,25 ponto percentual e uma probabilidade de 61% de uma redução de 0,50 ponto sobre a taxa atual, entre 5,25% e 5,50%.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também comunica sua decisão na quarta-feira, mas após o fechamento do mercado, e a maioria das apostas e expectativas é no sentido de uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

De acordo com o economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, a questão é como irá reagir o BC diante de um cenário de economia aquecida, expectativas para a inflação acima da meta, taxa de juros e de câmbio pressionadas, mas inflação presente bem comportada.

“Este é o dilema do Banco Central na reunião de quarta-feira”, acrescentou.

Destaques

– PETROBRAS PN avançava 2,29%, endossada pela alta em torno de 2% dos preços do petróleo no exterior, enquanto analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação das ações a “outperform”, bem como o preço-alvo dos papéis para 48 reais, o que implica valorização em torno de 30% antes a cotação de fechamento de sexta-feira. PETROBRAS ON valorizava-se 1,68%.

– AZUL PN disparava 7,07%, após confirmar no domingo que está discutindo com arrendadores de aviões uma “potencial” troca de dívida por participação societária na empresa. Na sexta-feira, os papéis dispararam mais de 20% após reportagem da Reuters de que a Azul está perto de um novo acordo com arrendadores de aviões, em que a companhia aérea oferece ações para pagar cerca de 600 milhões de dólares em dívidas.

– EMBRAER ON recuava 4,04%, tendo no radar conclusão de processo arbitral com a decisão de que a Boeing pagará 150 milhões de dólares à empresa. O acordo marca a conclusão de um processo iniciado depois que a Boeing desistiu de um acordo para comprar a principal divisão da Embraer, a de jatos comerciais, por 4,2 bilhões de dólares, em 2020. No ano, contudo, as ações da brasileira ainda saltam mais de 130%.

– VALE ON cedia 0,38%, sem a referência dos futuros do minério de ferro na China, onde os mercados estão fechados em razão de feriado. O vencimento mais negociado da commodity em Cingapura subia 0,45%. A mineradora também disse no sábado que está conduzindo verificações adicionais na barragem Forquilha III (MG) após uma inspeção de rotina identificar trincas superficiais.

– ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,24%, em dia misto no setor, com BANCO DO BRASIL ON em alta de 0,39%, mas BRADESCO PN com variação negativa de 0,77% e SANTANDER BRASIL UNIT com declínio de 0,16%.

– MARISA LOJAS ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 5,08%, após publicar na sexta-feira resultado do segundo trimestre deste ano com aumento do prejuízo líquido para 102 milhões de reais, ante resultado negativo de 63,4 milhões registrado para o mesmo período de 2023. A receita líquida da companhia encolheu 34%.

– STONECO, que é negociada em Nova York, subia 1,3%, enquanto agentes financeiros continuam monitorando noticiário de que a empresa contratou os bancos de investimento JPMorgan e Morgan Stanley para vender a Linx, uma desenvolvedora de software voltado ao varejo comprada pela companhia em 2020 por 6,7 bilhões de reais.