SÃO PAULO (Reuters) -O Ibovespa subia nesta sexta-feira, último pregão antes do Natal, com agentes financeiros avaliando dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos que vieram em linha com a expectativa do mercado.

B3 e Petrobras eram as maiores influências positivas ao índice, enquanto Vale e Gerdau cediam na ponta contrária.

Às 12:27 (de Brasília), o Ibovespa subia 1,85%, a 109.539,69 pontos. Na máxima, o índice alcançou 109.570,47 pontos e, na mínima, caiu a 107.551,7 pontos. O volume financeiro somava 8,5 bilhões de reais, em meio a pregões de baixa liquidez nesta semana pela proximidade dos feriados de final de ano.

O índice caminhava para alta de cerca de 6,4% na semana, diante de reação positiva dos agentes financeiros à redução, para um ano, do tempo da chamada PEC da Transição, promulgada mais cedo na semana.

Nesta sexta-feira, o mercado local reagia ao avanço de 0,52% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em dezembro sobre novembro, dentro do esperado pelos economistas consultados em pesquisa da Reuters.

O tema também é inflação nos EUA, onde o núcleo do índice de preços PCE, acompanhado de perto pelo Federal, avançou 0,2% em novembro, após alta de 0,3% no mês anterior. O resultado também veio em linha com o que o mercado esperava. Já os gastos dos consumidores no país aumentaram 0,1% em novembro, contra expectativa de alta de 0,2%.

“É o dado local que está ajudando o Ibovespa a subir, mais do que o dado do exterior”, disse Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. Segundo ele, o fato de a inflação não ter surpreendido para cima gera alguma melhora na perspectiva de juros para o Brasil.

Os juros futuros locais cediam na sessão, o que dava suporte a ações ligadas ao consumo do Ibovespa. Os contratos de DI, especialmente os mais longos, dispararam no último mês diante da expectativa de maiores gastos pelo novo governo, o que impactaria negativamente a situação fiscal do país, segundo agentes financeiros.

“É uma pequena notícia positiva (IPCA-15) que está fazendo as ações subirem bem no dia”, completou Conde.

Em Nova York, os principais índices acionários operavam sem direção clara. O S&P 500 tinha alta de 0,1%.

DESTAQUES

– PETROBRAS PN avançava 3,54%, a 24,84 reais, diante de alta ao redor de 2,5% do petróleo Brent no exterior devido a expectativas de uma queda na oferta da commodity pela Rússia. Na véspera, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, que participou do gabinete de transição do futuro governo, chegou a dizer que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para comandar a companhia, mas depois apagou a postagem. 3R PETROLEUM ON subia 6,47% e PRIO ON ganhava 1,22%. A 3R informou que concluiu a aquisição do Polo Papa Terra.

– ECORODOVIAS ON disparava 9,3%, a 4,7 reais, caminhando para alta de quase 17% na semana, a primeira de ganhos após seis de queda.

– VALE ON perdia 0,29%, a 85,5 reais, após os contratos futuros do minério de ferro caírem na Ásia, pressionados pelo aumento de casos de Covid-19 na China, com temores no mercado de impacto na recuperação econômica do país asiático. O contrato mais negociado para maio em Dalian cedeu 0,2% nas negociações diurnas. Siderúrgicas também tinham pregão negativo, com recuos de 3,85% de GERDAU PN e de 2,67% de CSN ON. A CSN informou que a Eletrobras transferiu ações da CEEE-G por 367 milhões de reais.

– IRB BRASIL ON diminuía 3,16%, a 0,92 reais. De pano de fundo, acionistas da resseguradora aprovaram o grupamento de ações ordinárias na proporção de 30 para 1. Ainda assim, o papel caminhava para fechar a semana com alta de 27,8%, após divulgar na terça-feira que teve lucro em outubro.

– ITAÚ UNIBANCO PN elevava 1,98%, a 25,29 reais, enquanto BRADESCO PN exibia alta de 2,22%, a 15,21 reais, em sessão positiva para grandes bancos.

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(Por André RomaniEdição de Camila Moreira e Luana Maria Benedito)