14/07/2025 - 12:07
O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, 14, caminhando para o sexto pregão consecutivo de queda, em meio a novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil e outros parceiros comerciais, e também com dados que mostraram retração na atividade econômica brasileira no radar.
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Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,55%, a 135.440,06 pontos, tendo oscilado a 135.120,43 pontos na mínima e a 136.186,67 pontos na máxima da sessão até o momento. O volume financeiro somava R$4,35 bilhões.
“(O mercado) continua ecoando e reverberando bastante a questão tarifária do Trump com o Brasil”, disse o líder de renda variável da W1 Capital, Tales Barros.
Ameaças tarifárias de Donald Trump
Os investidores seguem atentos à política comercial dos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Fontes ouvidas pela Reuters disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um comitê interministerial para ouvir os setores mais impactados pelas medidas.
No sábado, Trump também declarou que irá aplicar uma tarifa de 30% sobre a maioria das importações da União Europeia e do México a partir de 1º de agosto — mesma data prevista para as tarifas sobre o Brasil.
Em Wall Street, os principais índices abriram sem direção definida, refletindo a reação do mercado às novas ameaças tarifárias contra a UE e o México, no início de uma semana repleta de dados econômicos e de balanços do segundo trimestre.
Prévia do PIB impacta Ibovespa
Na cena doméstica, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou em maio a primeira contração no ano (-0,7%), em resultado pior do que o esperado sob o peso da agropecuária.
“Isso traz um pessimismo adicional, que acaba sendo como um catalisador para esse movimento de queda marginal que a gente está vendo”, acrescentou Barros.
Para o economista Rafael Perez, da Suno Research, a expectativa é de um ritmo de crescimento mais moderado no segundo trimestre em relação ao observado no início do ano.
“Com o esgotamento do impulso do agro, os efeitos da política monetária devem se tornar mais visíveis sobre a economia, tornando a desaceleração mais evidente nos próximos meses”, afirmou.