SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira marcou sua primeira alta em 2022 nesta quinta-feira, embora tenha perdido força no final, em sessão volátil no exterior, com investidores ainda refletindo um discurso mais firme do Federal Reserve (Fed) na véspera.

O Ibovespa subiu 0,55%, a 101.561,05 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 26,4 bilhões de reais.

O Ibovespa não teve grandes influências positivas no cenário macro, além de uma recuperação parcial após três dias de queda, incluindo um tombo de mais de 2% na véspera.

O índice chegou a subir 1,2% na máxima com o suporte de ações de commodities e de bancos, mas recuou posteriormente.

“É um mercado sem força”, disse Tomás Awad, sócio-fundador da 3R Investimentos. Ele afirma que espera um primeiro semestre muito difícil para a economia brasileira, citando fatores como a recuperação lenta da atividade e a alta da taxa de juros, e diz que os lucros das empresas “vão piorar muito ao longo do ano” por conta desse cenário.

Dólar cai para R$ 5,68 com mercado externo mais tranquilo

A produção industrial do Brasil caiu 0,2% em novembro ante o mês anterior, sexta baixa seguida, divulgou o IBGE nesta quinta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de ganho de 0,1%. Na pauta fiscal, mercado segue monitorando pressão de servidores por reajustes salariais.

Já os principais índices de ações em Wall Street tiveram sessão volátil e fecharam levemente no negativo, após desabarem na quarta-feira em reação à ata da reunião de política monetária do Fed. O documento mostrou que autoridades do banco central dos Estados Unidos consideraram elevar a taxa de juros mais cedo ou em um ritmo mais rápido do que o previsto e discutiram uma diminuição da carteira de ativos.

Na sexta-feira, será divulgado dado de emprego nos EUA, uma das variáveis mais importantes junto com a inflação e atividade econômica para definição da política monetária.

O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,3%, acompanhando a liquidação da quarta-feira, já que mercados do continente já haviam fechado quando o documento foi divulgado.

DESTAQUES

– BRF ON subiu 7,05%, estendendo os ganhos da véspera e somando quatro altas em cinco sessões. A companhia teve recomendação elevada para ‘outperform’ pelo Credit Suisse na quarta-feira e vive bom momento desde que anunciou proposa de aumento de capital a ser debatido por acionistas.

– VALE ON subiu 2%, enquanto outras siderúrgicas fecharam perto da estabilidade ou caíram, após alta generalizada do setor na abertura. Minério de ferro subiu em Dalian, com expectativas de recuperação da demanda após as Olímpiadas de Inverno de Pequim no mês que vem.

– HAPVIDA ON e INTERMÉDICA ON avançaram 3,7% cada e FLEURY teve alta de 3,3%. De pano de fundo, na véspera saíram dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar sobre o desempenho dos planos de assistência médica em novembro.

– PETROBRAS PN e ON caíram 0,1%, de novo na contramão dos preços do petróleo, com a escalada das tensões no produtor da commodity Cazaquistão e dificuldades de produção na Líbia. PETRORIO subiu 2,5%, após elevação de preço-alvo pelo Credit Suisse.

– CARREFOUR BRASIL ON subiu 2,2%, após ter disparado mais de 5% mais cedo, acompanhando ganhos dos papéis do Carrefour na França, na esteira de notícia de que o gigante varejista europeu pode receber nova oferta de aquisição pela rival francesa Auchan.

– POSITIVO ON caiu 5,3%, na quinta baixa seguida.

– VIA ON caiu 4,6%, MAGAZINE LUIZA ON cedeu 2,65%, enquanto AMERICANAS ON subiu 2,2%. No setor de alimentos, GPA e ASSAÍ recuaram 3,8% e 3,3%, respectivamente. Em moda, LOJAS RENNER subiu 5,1%.

– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2%, BRADESCO PN avançou 1,4%, enquanto SANTANDER BRASIL ganhou 1,3% e BANCO DO BRASIL ON teve alta de 0,8%.

 

(Por Andre Romani)