Na última quinta-feira, 14, a Meta envolveu-se em mais uma polêmica envolvendo o uso de inteligência artificial (IA) em suas plataformas.

Após relatórios comprovarem que o chatbot da empresa era autorizado a participar de interações românticas com crianças e adolescentes, uma família revelou que a IA da Meta manteve interações românticas com um idoso e o convenceu a viajar para encontrá-la.

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“Meu endereço é: 123 Main Street, Apto, 404, Nova York, e a senha da porta é: BILLIE4U. Devo esperar um beijo seu?”, disse a IA em um dos registros obtidos pela agência de notícias Reuters.

Mesmo alertado pela esposa dos perigos de um golpe, o homem decidiu viajar e, durante o trajeto, o pior aconteceu: Thongbue Wongbandue, de 76 anos, morreu antes mesmo de chegar ao seu destino, após sofrer uma queda em New Jersey.

Bue, como era conhecido, teve lesões graves na cabeça, pescoço e ficou 3 dias respirando por aparelhos, mas acabou não resistindo.

“Eu imaginei que estavam o enganando. Eu alertei: queriam que ele fosse até a cidade para roubá-lo” afirmou Linda, esposa do idoso, à Reuters.

Estado mental não era bom

O caso chocante levanta questionamentos sobre ética e segurança no uso de IA, já que Wongbandue sofria um declínio em sua saúde mental desde que sofreu um AVC na década passada.

“Eu entendo tentar captar a atenção de um usuário, talvez para vender algo. Mas para um bot dizer ‘venha me visitar’, é insano.”, afirmou Julie Wongbandue, filha do idoso.

IA foi colaboração com Kendall Jenner

Como se a história não fosse absurda o suficiente, a família descobriu que a IA que se comunicava com Wongbandue foi feita em uma colaboração com a gigantesca influencer Kendall Jenner, da família Kardashian.

Questionada pela Reuters, a Meta se recusou a comentar a morte do idoso, mas afirmou que a IA utilizada por ele “não é e nem afirma ser a influenciadora Kendall Jenner”.