15/10/2025 - 6:01
O iFood e a Uber anunciaram uma parceria para pagar bônus de até R$ 500 a cada quatro semanas para motociclistas que trabalhem em ambas as plataformas e cumpram uma série de desafios nas cidades de Belo Horizonte, Piracicaba e Sorocaba, onde a Uber possui o serviço de mototáxi e entregas por moto. Além disso, as plataformas afirmam que terão uma integração para os consumidores antes do final de ano, que tornará possível fazer pedidos de comida no Uber e de corridas no iFood.
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Os bônus para os motociclistas já haviam começado como um projeto-piloto em Ribeirão Preto no começo de outubro. As missões oferecidas a eles envolvem cumprir um certo número de entregas ou corridas no aplicativo parceiro. O valor, segundo o iFood, “é calculado a partir do cumprimento de metas específicas”.
A parceria entre iFood e Uber veio a público pela primeira vez em maio, quando as empresas anunciaram a possibilidade de fazer pedidos de comida pelo Uber e de corridas pelo iFood. A novidade, no entanto, ainda não teve início de fato. A promessa agora é o início até o final do ano.
“Os usuários da Uber poderão, gradualmente, ter acesso a entregas do iFood pelo app da Uber, em um formato integrado que amplia as opções de conveniência para o consumidor, sem unificar bases de dados nem alterar o funcionamento das plataformas. Isso ainda está sendo desenvolvido tecnologicamente”, afirma o iFood através de sua assessoria.
iFood e Uber a caminho do superaplicativo
Caso se concretize o plano dos aplicativos de oferecer integração para consumidores antes do final do ano, ambos terão dado um passo na direção de tornarem-se o “superaplicativo”. O conceito designa um aplicativo capaz de reunir múltiplas funções em uma mesma plataforma, como entregas, transporte e pagamentos, por exemplo.
“A ideia é simples: em vez de precisar de um app para transporte, outro para delivery, outro para pagamentos e outro para serviços, o usuário encontra tudo dentro de um mesmo ecossistema”, explica o CMO da Super ETF Educação, Filipe Lucio.
O especialista cita WeChat, Grab, e Mercado Livre como empresas que atuam neste modelo. Filipe Lucio resume em três as vantagens para empresas que se tornam superaplicativos: fidelização maior do seu público e engajamento contínuo, uso inteligente de dados e múltiplas formas de receita.
No Brasil, o maior sucesso, segundo Lucio, seria a 99, que disputa tanto com o iFood como com o Uber oferecendo, no mesmo app, entregas de comida e mobilidade. Durante o lançamento da 99Food no Rio de Janeiro, o diretor-geral da 99 no Brasil, Simeng Wang, comentou o assunto: “Só pode se chamar super app quando você tem pelo menos três serviços essenciais com milhões de usuários diariamente”, disse. “A gente já tem mobilidade, já tem crédito e agora estamos trazendo 99Food”, defendeu.
Apesar de a 99 (o “aplicativo amarelo”) estar mais próxima do que seria um superaplicativo, o iFood ainda concentra quase a totalidade do mercado de delivery de comida no país, enquanto o Uber mantém a liderança no segmento de transporte.