A Ilha da Cobra é um ponto estratégico no Mar Negro, que facilita uma base de ataque, mas que também é muito exposta.

Desde o primeiro dia de conflito na Ucrânia, os russos a atacaram para apoderar-se dela.

Isso deu lugar ao episódio, montado pela propaganda ucraniana, onde a guarda costeira desse país enviou uma mensagem ao cruzeiro russo Moskva (afundado posteriormente) ordenando-o “ir para o inferno”.

Na semana passada, os ucranianos afirmaram que bombardearam a ilha e destruíram uma bateria russa, mais uma evidência de sua importância.

A ilha, de quatro hectares, oferece uma plataforma de tiro e está a 50 km da foz do Danúbio, um dos principais rios da Europa e importante via comercial, e a algumas centenas de quilômetros de Odessa.

Está localizada a menos de 200 quilômetros do porto romeno de Constanta e a 300km da base naval russa em Sebastopol.

A ilha oferece um amplo domínio marítimo e de riquezas, especialmente hidrocarbonetos.

Romênia e Ucrânia tiverem que recorrer à Justiça para solucionar uma disputa que ambos tinham sobre o controle desses recursos. A Corte Internacional de Justiça decidiu em 2009 que a ilha era ucraniana.

Nesta guerra, “é um ponto fundamental, estratégico, que terão que vigiar. Bloqueia o acesso aeronaval a qualquer faixa costeira ucraniana e representa uma ameaça a foz do Danúbio”, explica o capitão Eric Lavault, porta-voz da Marinha francesa.

Sobre a tal plataforma os russos “podem colocar material de defesa antiaérea, antinavios e mísseis de médio alcance como complemento ao poder de fogo dos navios da frota do Mar Negro, e é um ponto de apoio durante o cerco a costa ucraniana, segundo Igor Delanoë, diretor-adjunto do Observatório franco-russo em Moscou e especialista em Marinha russa.

Mas por outro lado “a ilha é vulnerável”, analisa Michael Petersen da Naval War college norte-americana. “Todo ocupante pode atacar e é difícil proteger uma ilha tão pequena”.