14/08/2021 - 13:45
Uma câmera acoplada à coleira de um dingo forneceu informações sobre o modo de vida desses cães selvagens na ilha turística de Fraser, na Austrália, como parte de um programa que visa proteger este animal e os visitantes.
“Esteja ele posando para turistas ou cavando na areia neste local”, declarado Patrimônio Mundial da Unesco e localizado cerca de 4.000 quilômetros ao norte de Brisbane, esta coleira-câmera filma há um mês o dia a dia deste animal, cuja espécie também é conhecida como wongari, de acordo com o Departamento de Meio Ambiente de Queensland (nordeste).
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“As imagens são magníficas e mostram para onde o wongari vai, como e onde encontra comida e água. Elas nos permitem ver a vida íntima que ele compartilha com sua parceira”, explicou Linda Behrendorff, a guarda florestal encarregada deste programa.
“Nunca tínhamos visto isso, e as imagens mostraram que os wongari são predadores oportunistas, que comem qualquer alimento que encontram”, apontou. Graças ao aparelho, os pesquisadores conseguiram acompanhar o espécime por centenas de quilômetros no norte da ilha.
Essas coleiras com câmera permitem “monitorar o wongari para evitar qualquer risco de maus encontros ou incidentes com os habitantes ou visitantes da ilha”, acrescentou, ainda mais depois de vários ataques ocorridos no início do ano, quando algumas crianças foram mordidas por dingos.
Em maio, o governo de Queensland anunciou a instalação de uma nova cerca para evitar que os animais entrassem na maior cidade da ilha.
Segundo as autoridades, alguns desses cães perdem o medo dos humanos depois que foram alimentados por eles.
A ilha Fraser, famosa por seus dingos, é também “a maior ilha de areia do mundo”, declarada Patrimônio da Humanidade por seus “majestosos vestígios de grandes florestas tropicais que crescem na areia” e porque tem “metade dos lagos de dunas de água doce do mundo”, de acordo com a Unesco.