A área rejuvenescida do Darling Harbour, em Sydney, Austrália, ganhou mais do que uma reforma e faxina para a Olimpíada de 2000. Ganhou um cinema Imax, que exibe filmes em formatos especiais. A famosa avenida Broadway em Nova York também conta com um desses cinemas. E até o American Museum of Natural History, no Central Park, usa o cinema em formato gigante para filmes educativos. Só na videoteca da Imax são cerca de 200 títulos. Apesar disso, a empresa canadense tinha um problema
nas mãos. O custo milionário da criação e reprodução gira em
torno de US$ 4 milhões. Para mudar esse cenário a Imax optou
por usar a tecnologia. Depois de um investimento de quase
US$ 6 milhões feito ao longo de cinco anos, a Imax criou uma
forma pioneira de transformar qualquer película de Hollywood numa aventura em tamanho grande, em películas 10 vezes maiores do
que as convencionais de 35 milímetros. ?Conseguimos transformar
um bom conteúdo de filmes de Hollywood na melhor experiência
em termos de som e de visualização?, diz Geoff Atkins, vice-presidente de vendas da Imax.

Com a tecnologia de remasterização digital, batizada de Imax DMR, é possível levar simultaneamente a todos os tipos de cinema, convencionais ou especiais, os novos lançamentos de Hollywood em formato grande. A última experiência nesse campo foi a exibição dos últimos dois filmes da trilogia Matrix em uma tela 10 vezes maior que a sala de um cinema de shopping. Apenas nos cinco primeiros dias de exibição do último capítulo da trilogia, as 48 salas norte-americanas Imax geraram um lucro de US$ 3 milhões. ?Esse resultado nos mostra que podemos estar em todas as salas de cinema no mundo?, afirma Atkins. E a América do Sul é a próxima parada.

O primeiro teatro Imax na região foi inaugurado no Equador e o Brasil tem tudo para ser o próximo da lista. O executivo está em conversas ativas com parceiros brasileiros para a instalação dos supercinemas em shoppings ou em salas próprias nas principais capitais brasileiras. ?O País está definitivamente nos nossos planos para 2004?, diz. Mas quem tem experiência no mercado nacional de cinema não é tão otimista com a entrada do Imax no Brasil. Patrick Siaretta, presidente da concorrente TeleImage, explica que a empresa terá de adaptar seus preços para ser competitiva no mercado nacional. ?Um ingresso nos EUA custa US$ 10. Eles terão de baixar esse preço para atrair o público aqui?, afirma. Agora, é ver para crer. Ou para se divertir.