29/11/2013 - 6:30
Papéis avulsos
A decisão do STF, na quarta-feira 27, de adiar para 2014 o julgamento da indenização aos poupadores afetados pelos planos econômicos dos anos 80 e 90, representou um imenso alívio para os investidores. As ações do Bradesco, presidido por Luiz Carlos Trabuco, por exemplo, que haviam caído 5,9% na semana anterior à decisão, recuperaram-se em parte e subiram 2,7% nos dois dias seguintes.
Os papéis do BB subiram 2,6% e, os do Itaú, 2,3%. Karina Freitas, da corretora Concórdia, diz que o adiamento dá mais tempo aos bancos para apresentarem sua defesa e amplia o número de processos que devem prescrever, afetando menos os lucros dos bancos.
Destaque no Pregão
Vale faz um vale com o Leão
A Vale, ação mais negociada na Bolsa, afastou uma nuvem que pairava sobre as expectativas do mercado ao anunciar, na quarta-feira 27, que aderiu ao programa de refinanciamento de tributos federais (Refis) para pagar R$ 22,3 bilhões em impostos devidos sobre o resultado de suas subsidiárias no Exterior entre 2003 e 2012. Pelo acordo, a Vale deverá pagar R$ 5,96 bilhões agora e outros R$ 16,36 bilhões ao longo de 179 meses. Serão 15 anos pagando juros mensais de R$ 91,4 milhões, corrigidos pela Selic. O presidente Murilo Ferreira disse, porém, que a mineradora vai continuar discutindo a cobrança referente a 2002 e 2013. Apesar de o impacto estimado sobre o lucro deste ano superar R$ 20 bilhões, a decisão foi bem recebida pelo mercado. Na quinta-feira 28, as ações subiram 2,7%, ao passo que o Índice Bovespa recuou 0,3%.
Palavra do analista:
Marcelo Torto, da corretora Ativa, considera a decisão positiva. Apesar do gasto, a mineradora anunciou que não fará dívidas nem mudará sua política de dividendos. Segundo ele, a Vale já vem vendendo ativos não estratégicos para fazer caixa de modo a honrar o Refis, o que deve afastar a hipótese de um rebaixamento no rating da companhia.
Quem vem lá
Unidas adia pedido de IPO
A locadora de veículos Unidas pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a suspensão do processo de registro de oferta de ações até o dia 14 de fevereiro, alegando adversidades de mercado. A solicitação está dentro das normas do órgão regulador. Se a captação ocorrer, a empresa informou que os recursos se destinam à expansão do negócio e ao reforço do capital de giro para eventuais aquisições.
Cerâmica
Portobello avança no Nordeste
A catarinense Portobello, fabricante de revestimentos cerâmicos, vai investir R$ 210 milhões na construção de uma fábrica no município alagoano de Marechal Deodoro. A nova unidade tem início de produção prevista para o primeiro semestre de 2015 e será financiada pelo Banco do Nordeste. O objetivo é atender à demanda crescente da região.
Petróleo
O aperto da Petrobras
A espera da reunião do Conselho da Petrobras, marcada para a sexta-feira 29, elevou o pessimismo dos investidores, derrubando as ações em 9,7% até a quinta-feira 28. A empresa propôs uma fórmula de reajuste periódico dos combustíveis que incluísse o câmbio e as cotações internacionais do petróleo, que não foi aceita pelo Planalto. Segundo Vinicius Canheu, do Credit Suisse, se tivesse reajustado trimestralmente seus preços desde a chegada de Graça Foster, em 2012, a Petrobras teria lucrado US$ 12 bilhões a mais. No caso de reajustes semestrais, o ganho teria sido de US$ 6 bilhões.
Touro x Urso
O fim do ano se aproxima e os prognósticos para a bolsa não são bons. Mesmo praticamente estável em novembro, nos 11 primeiros meses do ano o índice Bovespa amarga uma queda de 14,9%. A alta da taxa Selic e as expectativas de retirada da ajuda do Fed não melhoram o humor do mercado.
Mercado em números
GERDAU
R$ 5,8 bilhões – É quanto a empresa siderúrgica deverá investir em mineração até 2020, visando a elevar sua produção de minério de ferro para 24 milhões de toneladas. Atualmente, a produção é de 11,5 milhões de toneladas por ano
OGX
R$ 2,1 bilhões – Foi o prejuízo líquido da petroleira de Eike Batista no terceiro trimestre. No ano, a companhia acumula perdas de R$ 7,6 bilhões. O caixa também minguou para US$ 85 milhões (cerca de R$ 189 milhões) em setembro.
VANGUARDA
R$ 600 milhões – É o valor que a companhia agroindustrial pretende levantar com o objetivo de aumentar sua área de plantio para 100 mil hectares em 2014. A empresa busca um novo sócio.
LINX
R$ 42,5 milhões – É o valor que a empresa especializada em tecnologia de gestão para varejo vai pagar pelas empresas catarinenses LZT, que fornece softwares para postos de combustíveis.
TOTVS
R$ 18,1 milhões – Será a quantia destinada pela empresa para a compra da Seventeen, companhia de informática especializada em saúde. Foram desembolsados R$ 12,4 milhões no ato da compra. Os R$ 5,7 milhões restantes serão pagos até 2017.
Colaboraram: Natália Flach e Luiz Gustavo Pacete