A Receita Federal acompanha o cenário da economia internacional, mas alega que não tem como prever, neste momento, qual será o impacto de uma recessão global para a arrecadação no Brasil.

Os dados divulgados hoje informam que R$ 35 bilhões em Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foram classificados como atípicos de janeiro a agosto.

+ Arrecadação federal chega a R$ 172,31 bilhões em agosto

Nesse período, as receitas com tributos cresceram 8,25% em termos reais na comparação com os mesmos oito meses do ano anterior. Os tributos sobre o lucro das empresas continuam sendo os principais vetores para o aumento da arrecadação federal.

A arrecadação total até agosto somou R$ 1,4 trilhão, o que representa um acréscimo de 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foi o melhor resultado desde 2000, tanto para o mês de agosto, quanto para o período, de acordo com a Receita Federal.

Na avaliação da Secretaria de Política Econômica, o IBC-Br apurado pelo Banco Central sugere boa recuperação da atividade econômica com retomada da indústria, empregos formais em patamar elevado (criação líquida de 219 mil vagas em julho) e superação das expectativas do mercado verificadas no Prisma Fiscal.

O setor de commodities também contribuiu para a elevação da arrecadação. De acordo com dados da Receita Federal, houve pagamentos atípicos de aproximadamente R$ 5 bilhões por empresas ligadas ao setor. A receita previdenciária, por sua vez, ficou em R$ 45,8 bilhões, um acréscimo real de 8,30%.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem exaltado o momento de retomada do crescimento e costuma comparar o Brasil a outros países que têm sofrido com inflação mais alta. No entanto, a incerteza mundial, a guerra na Ucrânia sem fim à vista e os problemas fiscais no país, que devem se agravar a partir do ano que vem, deixam o cenário futuro incerto.