O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou nesta quarta-feira, 4, que os impactos do aperto monetário só devem se materializar na economia europeia deste ano em diante. A autoridade estima que o impacto pode chegar a 2 pontos porcentuais no Produto Interno Bruto (PIB) e na inflação da zona do euro entre 2023 e 2025.

Guindos reforçou que os dirigentes continuam estudando como a política monetária será transmitida para a economia real, inflação e condições financeiras. “Vamos manter postura dependente de dados em próximas decisões para determinar a duração e o nível apropriado da política monetária restritiva”, frisou.

Para ele, o processo de transmissão do ciclo atual é diferente da série histórica e acontece em ritmo mais lento do que o antecipado. Guindos apontou, por exemplo, que a inflação ainda deverá permanecer elevada por muito tempo, embora siga em tendência de queda. “Pressões de preços subjacentes seguem fortes, apesar do alívio nas cadeias de oferta/demanda e no mercado de energia”, destacou.

O vice-presidente também notou que existem sinais de desaceleração no mercado de trabalho, mas que ele permanece resiliente e os custos de emprego têm contribuído cada vez mais para a inflação doméstica.

Segundo ele, o BCE deverá considerar estes fatores em próximas decisões, além dos efeitos da demanda externa fraca e do aperto nas condições financeiras sobre a deterioração no crescimento econômico da zona do euro.