02/11/2018 - 12:29
O Impostômetro vai bater a incrível marca de R$ 2 trilhões já na próxima terça, 6, às 9h45. A informação foi divulgada pela Associação Comercial de São Paulo. Em meio à crise que mantém mais de 12 milhões de desempregados, a estimativa para arrecadação total em 2018 é de R$ 2,388 trilhões – foram R$ 2,172 trilhões ao longo de 2017.
“A arrecadação está subindo, porém fecharemos o ano com déficit de mais de R$ 100 bilhões. Por isso a equipe econômica do próximo governo precisa focar no controle das contas públicas, manter o teto dos gastos e estimular a privatização de empresas estatais, diminuindo o tamanho do Estado”, recomenda Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações.
A cada dia, milhões de pessoas passam pela Rua Boa Vista, no centro velho de São Paulo. De frente para o Pátio do Colégio, todos podem contemplar um painel de 1,85 m de altura por 4,3 m de largura com um cronômetro que não para um só instante – é o Impostômetro, que registra a velocidade da arrecadação de tributos em todo o País.
O Impostômetro foi instalado há 13 anos. Ele informa, em tempo real, os valores que vão para os cofres públicos.
O painel foi instalado pela Associação Comercial em 20 de abril de 2005 para chamar a atenção da população para os valores que todos recolhem, em impostos, taxas, contribuições e multas.
A data não foi escolhida por acaso. Era véspera de feriado de Tiradentes. Na inauguração do painel, o ator Paulo Goulart, falecido em 2014, subiu ao palco e representou Tiradentes inconformado com a carga tributária do “Quinto dos Infernos” – o quinto (20%) que os brasileiros pagavam em tributos para Portugal pela exploração das riquezas naturais do Brasil colonial.
Essa foi a forma que a Associação Comercial de São Paulo encontrou para “alertar e conscientizar a população para o fato de que ela arca com tudo isso e, em contrapartida, não vê o dinheiro bem aplicado em saúde, segurança, educação”. A entidade destaca que o Brasil “tem uma das mais altas cargas tributárias do mundo e não dá o retorno à sociedade”.