18/12/2025 - 11:28
O número de empresas que não conseguiram pagar suas dívidas atingiu recorde no mês de outubro, apontam dados do Serasa Experian. O início da série histórica desse indicador é Janeiro de 2019.
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A inadimplência atinge 8,7 milhões de companhias, resultando em um total de R$ 204,8 bilhões em valores devidos. Veja no gráfico a seguir o crescimento da inadimplência no último ano:

Os dados apresentados mostram ainda que a média da dívida por empresa também cresceu, atingindo R$ 23.658,74, resultado de uma média de 7,1 contas em atraso por CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Em outubro do ano passado, a quantia média era de R$ 22.471,22, com 7,4 contas em débito por organização.
A situação mais crítica é a do setor de serviços, que concentra 54,9% do total de inadimplentes. Vale destacar no entanto que o setor também é o mais representativo da economia brasileira, representando quase 70% do PIB.
Os outros setores com mais inadimplentes são respectivamente Comércio (33%) e Indústria (8%). O Serasa conta ainda com as classificações Outros (3,1%) e Primário (0,9%).
PMEs sofrem mais
Segundo a economista do Serasa Experian, Camila Abdelmalack, fatores macroeconômicos estão pressionando o endividamento das empresas. “A desaceleração na concessão de crédito tem limitado a capacidade das empresas de renegociar dívidas e reorganizar suas obrigações financeiras, aumentando a pressão sobre o caixa. Paralelamente, o esfriamento da atividade econômica reduz a geração de receita”, diz.
A situação é mais grave entre as micro, pequenas e médias empresas, que “sentem mais rapidamente os impactos dos juros altos e das incertezas do cenário internacional”, segundo Abdelmalack. Do total de 8,7 milhões de companhias inadimplentes em outubro de 2025, 8,2 milhões pertencem a esta classificação. Juntas, somam R$ 184,6 bilhões em contas inadimplidas.
Inadimplência por região do país
A região Sudeste lidera o ranking nacional de inadimplência empresarial em termos de volume total, somando mais de 4,6 milhões de registros negativos. Logo atrás, destacam-se o Sul e o Nordeste, que apresentam números expressivos de empresas com contas em atraso, registrando 1,4 milhão e 1,3 milhão de CNPJs, respectivamente. Essas três regiões concentram o maior desafio para a recuperação de crédito no país devido à densidade populacional e econômica.
Os menores índices de empresas negativadas são encontrados no Centro-Oeste, com cerca de 755 mil ocorrências, e no Norte, que contabiliza aproximadamente 516 mil companhias no vermelho. Embora os números brutos nessas áreas sejam inferiores aos das demais regiões brasileiras, o cenário exige atenção para a saúde financeira dos negócios locais. Confira a seguir a distribuição detalhada por cada Unidade Federativa (UF):

