09/06/2025 - 11:55
A inadimplência no Brasil chegou ao seu maior patamar em mais de um ano, indica pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Cerca de 29,5% dos brasileiros acumula dívidas com pagamento atrasado em maio de 2025, o pico mais alto desde os 29,7% registrados em outubro de 2023.
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“O avanço na inadimplência evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias. O crédito precisa ser acessado com responsabilidade. Garantir o equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento será fundamental para o crescimento do País”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Outro dado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira, 9, mostra que 12,5% das famílias afirmaram que não têm condições de pagar suas dívidas. Em maio de 2024, esse número foi de 12%.
A inadimplência cresceu de forma mais expressiva entre as famílias que ganham entre 3 e 5 salários mínimos, com aumento de 2,8 p.p. na comparação com maio do ano passado.
Para além da inadimplência
A pesquisa revela ainda que 78,2% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida no mês passado. A quantia representa uma alta de 0,6 ponto percentual frente a abril, mas fica abaixo dos 78,8% registrados em maio de 2024.
“O endividamento das famílias deve continuar crescendo ao longo de 2025”, afirma o economista-chefe do CNC, Felipe Tavares. “O cenário se agrava com a perspectiva de novos programas de crédito do governo, que podem elevar ainda mais o comprometimento da renda dos lares brasileiros.”
Por ora, as principais modalidades de dívida contraídas pelos brasileiros não estão diretamente relacionadas aos programas do governo. O cartão de crédito é o maior “vilão” no bolso da população, com 86,6% das dívidas. Em seguida, aparecem os carnês (17,2%) e o crédito pessoal (10,6%).
Pelo lado positivo, a pesquisa mostrou melhoras no comprometimento da renda com dívidas. O percentual de famílias que destinam a elas mais da metade do orçamento caiu para 19,7%, o menor nível desde julho de 2023.